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Produzida por comunidades ribeirinhas, Farinha Uarini ganha selo de Indicação Geográfica
Economia
Publicado em 29/08/2019

Farinha é o 3º produto a receber selo na categoria Indicação de Procedência (IP) no Amazonas. Os outros produtos são Peixes Ornamentais do Rio Negro e o Guaraná de Maués.

 

Diferenciada da farinha de mandioca comumente consumida nas regiões Norte e Nordeste do País e produzida por comunidades ribeirinhas da região do Médio Solimões, no estado do Amazonas, a denominada Farinha Uarini recebeu oficialmente a certificação de Indicação Geográfica (IG).

 

Com isso, agricultores dos municípios de Tefé, Uarini, Alvarães e Maraã podem ser beneficiados com o selo que visa reconhecer, proteger e valorizar produtos de procedência determinada.

 

A cerimônia de entrega do documento do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) que concede a utilização do selo foi realizada nesta semana, no auditório da Faculdade de Saúde da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em Manaus.

 

O certificado foi entregue ao agricultor Francisco Falcão, morador da Floresta Nacional de Tefé (Flona) - que junto das reservas de desenvolvimento sustentável Mamirauá e Amanã - é uma das três unidades de conservação abrangidas pela área estabelecida.

 

 

Tradição ribeirinha

De acordo com o agricultor, a Farinha Uarini é obtida depois de diversas etapas aprendidas pela observação e prática continuada nas comunidades ribeirinhas da região.

 

O produto final ficou conhecido principalmente pela crocância e pelo formato ovalado.

 

Falcão ressaltou a importância de uma maior valorização da farinha. “Vendemos ela a R$3 o quilo e agora, com a certificação, ela será comercializada a R$6, o que representará um ganho considerável para as comunidades produtoras, que, historicamente, entregam suas produções aos atravessadores”, comemora.

 

O reconhecimento também busca assegurar o vínculo das populações ribeirinhas e indígenas da região com uma tradição repassada de geração em geração.

 

De acordo com a coordenadora do Programa de Manejo de Agroecossistemas do Instituto Mamirauá, Fernanda Viana, a obtenção do selo foi construção de um processo que levou em consideração as particularidades da produção tradicional.

 

“É muito relevante ter um processo produtivo que contribui para a manutenção das práticas tradicionais, para conservação da floresta e que carrega a história destes agricultores. É uma forma de produção diferenciada que não agride a floresta e isso deve ser valorizado”, diz.

 

 

Produção sem agrotóxicos

A Farinha Uarini, além de diferenciada pelo aspecto, coloração e sabor, também é agroecológica e livre de agrotóxicos. Para controle de pragas, só será autorizado o uso de fitossanitários permitidos pela legislação de orgânicos, que regulamenta a Lei nº 10.831, de 23 de dezembro de 2003.

 

“Saber que o produto tem sua origem e procedência reconhecida traz para os próprios agricultores e para os consumidores um produto que é diferenciado em todos estes aspectos”, define Fernanda.

 

A Indicação Geográfica busca também a valorização dos pequenos agricultores. “A ideia não é ir no sentido de produção de grande escala, mas manter e agregar valor à produção de práticas tradicionais que já acontece”, explica.

 

A Farinha Uarini é o terceiro produto a receber a Indicação Geográfica (IG) na categoria Indicação de Procedência (IP) no estado do Amazonas. Os outros produtos com o selo são os Peixes Ornamentais do Rio Negro e o Guaraná de Maués.

 

Foto: Bernardo Oliveira/Instituto Mamirauá

Por G1 AM

*Redação: blogjrnews.com

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