Nesse domingo, último dia de apresentação, os bois Touro Branco e Espalha Emoção exibiram toda a versatilidade, talento e genialidade de seus artistas
A apuração do 16° Festival Folclórico do Mocambo do Arari acontece nesta segunda-feira (29), às 9h, na própria Arena do Mocambódromo, o que deve proporcionar momentos de extrema emoção e ansiedade nos brincantes de todas as associações folclóricas envolvidas.
Nesse domingo, último dia de apresentação, os bois Touro Branco e Espalha Emoção exibiram toda a versatilidade, talento e genialidade de seus artistas.
O Touro Branco tenta reconquistar o título perdido ano passado para o adversário. O tema deste ano é “Chão de Bravos", apresentando como foi a formação do povo e da cultura do Brasil.
O atual campeão, o Espalha Emoção, trouxe o auto-tema “Vigésima Evolução”, contando a sua própria história de 20 anos de fundação.

Nova data
Em comum acordo, a partir de 2020 o Festival do Mocambo do Ariri acontecerá na primeira semana do mês de agosto.
Outra novidade é o aumento do valor do repasse por parte da Prefeitura de Parintins: os bois passam a ganhar R$ 20 mil (antes era R$ 17 mil) e as danças de pássaros e quadrilhas juninas, R$ 4.500 (em vez dos atuais R$ 3 mil).
Apresentações
O Touro Branco abriu a segunda e última noite dos bois do 16° Festival do Mocambo exaltando a formação do povo brasileiro.
As crianças não poderiam ser esquecidas: a exemplo do primeiro dia, o Touro Branco trouxe um garoto, Luan, de 10 anos, como animador de galera. Muita alegria.
As primeiras alegorias foram em forma de um grande bumba-meu-boi e uma gigantesca estrela laranja – as cores do boi. E por falar em estrela e boi ele veio rompante nela: o próprio Touro Branco, que evoluiu ao som da contagiante toada “Estrela da Evolução”.
Momento emocionante: o Boi passou a evoluir com seus vaqueiros com a dançante “Galope do Vaqueiro”, executada pelo levantador Gilson Matos (caracterizado de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião).
Destaque para a Sinhazinha da Fazenda Flávia Oliveira, evoluindo com graça e desenvoltura.
O Amo do Boi, Patrick Modesto, que está há 14 anos no movimento do Boi, exaltou o Touro Branco e sua galera laranja e branca.

A Figura Típica Regional do Boi foi o “Caboclo da Amazônia”, que é juteiro, navegador, que trança a palha. Até um barco entrou na Arena na hora da encenação. Destaque para a enorme alegoria de um caboclo com chapéu de palha.
Aline Evelin, a porta-estandarte, não decepcionou e mostrou todo gingado.
De forma inédita, num momento ousado, a Batucada do Touro Branco tocou ritmos brasileiros como a la Olodum, axé e bateria de Carnaval.
Representando Luiz Gonzaga, o levantador Gilson Matos concorreu em Toada, Letra e Música com a bela “Brasil da Nossa Gente", o carro-chefe da associação folclórica neste ano.
Foi do meio da galera que veio a contagiante Rainha do Folclore Alciele Ferreira.
A tribo coreografada retratou o rio Xingu e a mística tribal, a morte de Galdino Pataxó.
A Cunhã-Poranga Sassá Reis foi conduzida à Arena na cabeça de uma Cobra Grande.
No Ritual Deni o Pajé veio sobre a cabeça de um imenso e fantástico macaco que impressionava pelas feições e movimentos dos braços.
A associação folclórica terminou sua apresentação com o tempo de 1h58 sob aplausos de sua apaixonada torcida.

Espalha Emoção
O atual campeão do Festival do Mocambo do Arari entrou disposto a não dar mole para seu adversário. Desenvolvendo o tema “Vigésima Evolução”, a associação amarela e branca trouxe duas alegorias surpreendentes: a igreja de São João e um fenomenal Boi Espalha Emoção ambos feitos de palha! Era o momento da esperada Celebração Folclórica. Formou-se um grande arraial, com o gigantesco boi-bumbá ganhando fitas amarelas e, a Igreja, bandeirinhas coloridas de São João.
O Amo do Boi Adriano Aguiar versou e o mestre da Tamurada, Marcelo Bilela, tocou pandeiro, numa interessante sintonia.
A Sinhazinha Brena Souza saiu de dentro da igreja de palha para dançar e encantar.
A Rainha do Folclore e a Porta-Estandarte vieram içadas por um guindaste que representou uma borboleta e um beija-flor.
A Figura Típica Regional foi a “Cabocla Agricultora”, muito presente no Mocambo do Arari. Em cena, o apresentador Cardoso Jr. que trocou de figurino e se vestiu de caboclo.
O Touro Branco concorreu no item Toada, Letra e Música com “Amazônia, Meu Amor”, autoria de Demétrius Haidos se interpretada pelo sempre competente Edilson Santana.
Juntos, Levantador e o Amo cantaram a emocionante “Galope da Vaqueirada”, autoria de Adriano Aguiar, para o Espalha Emoção evoluir no que foi um dos grandes momentos do Boi amarelo e branco.
A Lenda amazônica “Tesouro Escondido na Cabanagem" trouxe uma caravela fantasma, dois barcos misteriosos e a Cunhã-Poranga Sassá Corrêa representando a guardiã do citado tesouro. Outro ato que arrancou muitos aplausos foi a dança coreografada das tribos, que veio logo em seguida.
O Boi Espalha Emoção encerrou o 16° Festival do Mocambo do Arari encenando o Ritual Indígena Banida que trouxe o Pajé Arthur Reis, que por sua vez fez novamente uma grande performance.
Foram 1h55 de apresentação que credenciaram o Boi a brigar pelo título novamente. O Espalha saiu da Arena aos gritos de “É campeão! Mas a disputa é dura com o adversário Touro Branco. Quem levará?”.
Fotos: Euzivaldo Queiroz
PAULO ANDRÉ NUNES/Acrítica
*Redação: blogjrnews.com