Governador destacou que não é necessário abrir mão da zona franca para ter outros polos econômicos
O governador do Amazonas, Wilson Lima, recebeu, nesta terça-feira (11/06), na sede do Governo, zona oeste de Manaus, executivos da Rosneft, líder da indústria de petróleo da Rússia e maior companhia petroleira de capital aberto do mundo. Também na manhã de hoje, ele recebeu embaixador do Nepal, Tara Prasad Pokharel. Nas duas reuniões, tratou de novas oportunidades de investimento para o estado.
Wilson Lima voltou a afirmar que investir em outras áreas econômicas e criar novas matrizes não significa abrir mão da Zona Franca de Manaus (ZFM). Para ele, não há o que se questionar sobre a contribuição do modelo, garantido pela Constituição, para a diminuição das desigualdades regionais e na preservação da Amazônia.
“Nós temos muitas riquezas naturais, temos biodiversidade, mas carecemos de investimentos em infraestrutura como porto, aeroporto, recuperação de ramais, vicinais e pavimentação de rodovias, como a BR-319. O Governo do Estado tem trabalhado para desenvolver outras áreas econômicas fundamentais, mas não temos como abrir mão da Zona Franca de Manaus. Temos que desenvolver atividades paralelas ao modelo que já tem dado certo, que demonstrou ser o mais exitoso na preservação do meio ambiente, por exemplo”, ressaltou.
A declaração de Wilson Lima se refere sobretudo a informações divulgadas pela Secretaria de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), do Governo Federal, que afirmou estar preparando um novo projeto de desenvolvimento econômico para a região em substituição aos incentivos fiscais da ZFM.
O governador afirmou que já vem trabalhando, desde que assumiu em janeiro de 2019, para consolidar novas matrizes econômicas, o que inclui projetos em discussão com investidores de áreas como economia digital, bioeconomia, turismo, mineração, piscicultura, setor primário e polo naval. O Governo do Amazonas, disse Wilson Lima, também tem feito tratativas para reestruturar o modelo ZFM, para inserção de novas atividades industriais, diversificando ainda mais a produção.
Para o secretário de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jório Veiga, o desenvolvimento de novos polos econômicos deveria ter sido uma preocupação desde o fim do ciclo da borracha no Amazonas.
“Acabou o ciclo da borracha e a gente não tinha nada. O Amazonas não se preparou. Hoje, a gente tem o modelo Zona Franca, há 52 anos, e nunca nos preocupamos em fazer outro. E o governador Wilson quando assumiu nos orientou a trabalhar outras áreas econômicas que também gerem receita e desenvolvam o estado. Então, como a gente ainda tem bastante tempo de Zona Franca, a gente quer manter o modelo e agregar, e não substituir por outros ramos da economia”, afirmou o Jório Veiga.
O Governo tem feito levantamento em todas as áreas para identificar os potenciais e buscar parcerias para desenvolvê-los. “Todos os outros segmentos nós já estamos trabalhando. Para cada setor desse, estamos definindo qual o potencial de cada setor, até onde ele pode chegar, 8% do PIB, 15% do PIB, adicional ao que a gente tem hoje. Isso faz uma diferença importante, porque lá na frente nós não vamos mais depender tanto da Zona Franca. Mas para que cheguemos lá, dependemos dela hoje”, afirmou o secretário.
Petróleo e gás – Na reunião de hoje com executivos russos, Wilson Lima assinou um termo de intenção com a Rosneft, líder da indústria de petróleo da Rússia e a maior companhia de petróleo do mundo de capital aberto. A empresa desenvolve atividades de prospecção e exploração de depósitos de gás natural na bacia do rio Solimões, no Amazonas.
“A ideia é gerar ainda mais emprego e renda no interior. Nós queremos desenvolver ainda mais atividades que desenvolvam o Amazonas e toda e qualquer parceria nesse sentido é bem-vinda”, disse o governador Wilson Lima.
A empresa pretende ampliar as atividades desenvolvidas no Amazonas com foco na ampliação da exploração, produção e comercialização do gás natural, bem como na produção e geração de energia a partir dele.
“É um marco muito importante para nós, por que nos últimos anos nós perfuramos alguns poços, por que nós levantamos campanhas sísmicas. A assinatura desse termo é um movimento natural como parte do desenvolvimento das nossas atividades na região. É muito importante para o desenvolvimento do Projeto Solimões e da Bacia do Solimões”, disse Vladimir Lyakhovich, diretor-geral da Rosneft Brasil.
Nepal – O governador Wilson Lima também reuniu nesta terça-feira com o Tara Prasad Pokharel, embaixador da República Democrática do Nepal no Brasil, para tratar do estabelecimento de parceria entre o Estado do Amazonas e o Governo do Nepal, com ênfase nas áreas de turismo, agricultura e tecnologia de geração de energia elétrica.
O Nepal, onde fica o Monte Everest, a montanha de maior altitude da Terra, entre Índia e China, desenvolve projetos na área do turismo e quer estreitar as parcerias de divulgação com o Amazonas.
Participaram das reuniões o secretário Jório de Albuquerque Veiga Filho (Seplancti), o secretário de Cultura Marcos Apolo Muniz de Araújo (SEC) e o secretário de produção rural, Petrúcio Pereira de Magalhães Júnior (Sepror), além da servidora Ana Claudia, representante da Amazonastur.
Fotos: Diego Peres/Secom