O governador Wilson Lima, o prefeito Arthur Virgílio Neto e o secretário Nacional de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Wanderson Kleber de Oliveira, reuniram a imprensa na tarde desta terça-feira (19/03), na sede do Governo, para falar sobre a Campanha de Vacinação contra a Influenza (gripe) no Amazonas. O lançamento oficial será amanhã (20/03), às 9h, no Parque Municipal do Idoso, na rua Rio Mar, bairro Nossa Senhora das Graças, zona centro-sul de Manaus.
Wilson Lima destacou que o Amazonas é o primeiro estado a iniciar a campanha, em 2019. “A antecipação da campanha era um pleito antigo e observamos essa sensibilidade do Governo Federal em atender nosso apelo. Conversei com o secretário e ele já nos garantiu esse esforço para que, no ano que vem, nós possamos ter a campanha antecipada para cá, respeitando nosso período de chuvas, que agrava a epidemia. Esse comprometimento me deixou muito satisfeito”, frisou.
Ele também destacou que 48 municípios do interior já receberam a vacina. “Foi montada uma logística para distribuição da vacina aqui na capital, onde há a maior concentração de casos e também para o interior. Até sexta-feira, todos os municípios terão as doses da vacina”, assegurou o governador.
Público prioritário – A meta da campanha é imunizar um milhão de pessoas no Estado, obedecendo o grupo prioritário determinado pelo Ministério da Saúde. O titular da Secretaria Nacional de Vigilância em Saúde, Wanderson Kleber de Oliveira, que está em Manaus para o lançamento da campanha, enfatizou que a vacina é uma estratégia importante, mas não é destinada a evitar a circulação do vírus, mas sim para evitar que casos graves e óbitos ocorram nos grupos prioritários.
“Esses grupos foram estabelecidos com base em estudos. Juntamente com isso é analisada a capacidade de produção, logística e distribuição. Obviamente que, tendo possibilidades, nós faremos a revisão. Temos um grupo técnico que estabelece esses critérios, que são discutidos com a Organização Mundial da Saúde. Temos que reiterar que a vacina não é o único instrumento, nós temos as medidas não farmacológicas que são tão importantes quanto a vacinação”, alertou Wanderson.
O público-alvo é formado por crianças de 6 meses a 5 anos, 11 meses e 29 dias, gestantes, profissionais de saúde e educação da rede pública e privada, indígenas, idosos com mais de 60 anos, pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis; as portadoras de outras condições clínicas especiais como doença respiratória crônica, doença cardíaca crônica, doença renal crônica, doença hepática crônica, doença neurológica crônica, diabetes, imunossupressão, obesos, transplantados e portadores de trissomias (Síndrome de Down, Síndrome de Edward, Síndrome de Patau, Síndrome de Warkany).
Imunização – Serão 1.535 salas de imunização abertas nos 62 municípios, das quais 153 em Manaus. Na capital, a vacinação acontecerá nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) da prefeitura, no Parque do Idoso, na sede da Universidade Aberta da Terceira Idade (UnATI) e nas Centrais de Distribuição do Leite do Meu Filho. Vale destacar que, 30 UBSs funcionarão com horário diferenciado em todas as zonas da cidade – além das dez que já funcionam em horário ampliado, de segunda a sexta-feira, de 7h às 21h, e aos sábados, de 8h às 12h, mais 20 serão abertas de 7h às 19h, de segunda a sexta-feira, e de 8h às 12h, no sábado.
A Susam também abrirá salas de vacina nos 12 Centros de Atenção Integral à Criança (CAIC) e três Centros de Atenção Integral à Melhor Idade (CAIMI), de 8 às 17h, para seus públicos específicos. No interior, além das UBSs, cada uma das 61 prefeituras definirá suas salas de imunização.
Dia D – O “Dia D” de vacinação contra a Influenza será 30 de março, quando acontece uma grande mobilização para a intensificação da campanha, conforme anunciado na última segunda-feira,18/02, durante a reunião extraordinária do Comitê Intersetorial de Enfrentamento à H1N1, composto por órgãos do governo, da Prefeitura de Manaus, Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM), Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS- AM), Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e órgãos de segurança, que passaram a integrar o colegiado.
De acordo com o prefeito de Manaus, Arthur Neto, serão disponibilizados 681 postos de vacinação em toda as zonas da capital, com 3.040 profissionais de saúde envolvidos. “Serão muitos corações envolvidos nessa grande mobilização contra o vírus H1N1 e não vejo outra forma de fazer isso senão em trabalho conjunto. Vamos mostrar, fortemente, como nosso povo, na capital e interior, é capaz de participar e enfrentar esse problema”, afirmou Arthur Neto.
Documentação – Para receber a dose da vacina, é importante levar o Cartão de Vacinação e um documento de identificação. Pessoas com doenças crônicas ou com outras condições clínicas especiais deverão apresentar, também, prescrição médica especificando o motivo da indicação da vacina. Pacientes cadastrados em programas de controle das doenças crônicas do SUS deverão se dirigir aos postos em que estão registrados para receberem a dose, sem necessidade de prescrição médica. Para os profissionais do público prioritário, basta apresentar o contracheque ou crachá.
O Governo do Estado e a Prefeitura de Manaus irão aproveitar a Campanha de Vacinação contra a Influenza para a atualização das outras vacinas.
Segurança – O Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP-AM) atuará integrado à campanha. O aparato tecnológico do CICC ficará disponível em prol da vigilância das unidades, além do reforço do policiamento ostensivo. A parceira que visa garantir a segurança dos usuários e profissionais de saúde com a intensificação das rondas policiais nas imediações das UBSs que receberão os grupos prioritários para vacinação, que também terá a participação da Guarda Municipal, por meio do Grupo de Gestão Integrada Municipal (GGIM) no patrulhamento.
Interior – O Governo está disponibilizando aeronaves da Casa Militar para apoiar os municípios mais distantes na entrega das vacinas. Nesta terça-feira, uma aeronave levou para cinco municípios da região do rio Juruá e São Gabriel da Cachoeira, no Alto Rio Negro e amanhã seguirá para a calha do Purus, além de Atalaia do Norte. Apuí e Tonantins também estão na lista para receber vacinas por meio aéreo até quinta-feira.
Todo um esforço está sendo feito entre o Governo do Estado e as prefeituras municipais para que a campanha possa começar simultaneamente em todo Estado ou em praticamente todos. Mas, diante das grandes distâncias e das dificuldades de logística, é possível que alguns municípios não consigam estar abastecidos para iniciar a campanha nesta quarta-feira. Por isso, a Casa Militar disponibilizou aeronave para transportar as vacinas aos locais mais distantes. A Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) também disponibilizou veículos para abastecimento de alguns municípios por via terrestres.
Números – De acordo com a última edição do Boletim Epidemiológico da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Estado do Amazonas, atualizada na tarde de segunda-feira, pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), foram notificados 666 casos, sendo 107 positivos para o Vírus da Influenza A (H1N1) e 96 para Vírus Sincicial Respiratório (SRV).
São 27 óbitos por H1N1 no Estado, sendo 22 em Manaus, dois em Manacapuru, um em Parintins, um em Itacoatiara e um em Japurá. Ainda segundo o boletim, são seis óbitos confirmados por Vírus Sincicial Respiratório, sendo cinco de Manaus e um de Borba, além de um óbito em Manaus por Parainfluenza tipo 3.
Em relação aos pacientes que evoluíram para óbitos, dos 34 ocorridos neste período, entre fevereiro e março, 72% faziam parte de grupo de risco mais vulnerável para formas graves, com destaque para crianças menores de cinco anos, idosos, pessoas com diabetes, pneumopatas, pessoas com obesidade e neuropatas. Apenas 60% dos pacientes que evoluíram para óbito utilizaram em algum momento do atendimento o antiviral oferecido gratuitamente na rede pública e particular da capital e do interior.
Histórico sobre a vacina – A campanha de vacinação contra a Influenza é ofertada pelo Ministério da Saúde desde 1999, para público prioritário seguindo critérios epidemiológicos para definição de risco, entres eles pessoas que apresentam o sistema imunológico comprometido e desta forma podem ter a evolução rápida para o quadro de síndrome respiratória aguda grave e alguns casos levar à morte.
Foto: Bruno Zanardo e Diego Peres - Secom.