Em discurso durante manifestação convocada pelos movimentos governistas, Nicolás Maduro afirmou que a tentativa de golpe se mostra fracassada
Em discurso a milhares de manifestantes pró-governo em Caracas, capital da Venezuela, Nicolás Maduro desafiou a oposição a convocar eleições presidenciais como prevê o artigo constitucional que foi invocado para declarar o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, como presidente interino.
"As eleições deveriam ser hoje, manda a Constituição", disse Maduro. "Onde está a convocatória para a eleição se supostamente tem um presidente interino? Estamos esperando."
Chamando Guaidó de "fantoche, palhaço, marionete e mendigo do imperialismo", Maduro afirmou que a tentativa de golpe se mostrou frustrada.
Os grupos de oposição declararam Juan Guaidó presidente interino em 23 de janeiro, invocando um artigo da Constituição Venezuelana que prevê que o presidente da Assembleia Nacional assuma o poder interinamente em caso de vacância da presidência. De acordo com os opositores, a reeleição de Maduro foi ilegal e ilegítima.
Logo após a declaração de Guaidó, o presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que o reconhecia como presidente interino da Venezuela. Diversos países da América do Sul, incluindo o Brasil e a Colômbia, e da União Europeia também reconheceram Guaidó como líder oficial.
Ajuda humanitária é o foco das tensões
Os EUA, ao lado da Colômbia, são os principais organizadores dos esforços de ajuda humanitária, que se tornou uma bomba-relógio nas fronteiras venezuelanas.
Enquanto Maduro discursava em Caracas, os primeiros caminhões com alimentos e remédios permaneciam barrados tanto na fronteira Venezuela-Colômbia, quanto na aduana ligando Santa Elena de Uairén a Pacaraima, em Roraima, no Brasil.
INTERNACIONAL - Cristina Charão, do R7