A sociedade respira um verdadeiro clima de guerra, o vírus maldito teve seu primeiro registro em dezembro de 2019 na cidade de Wuhan/China. Desde então, a contaminação cresceu de forma avassaladora deixando um rastro de mortes em todos os países, de todos os continentes. Nem as grandes potências mundiais foram capazes de impedir o colapso em suas respectivas redes de saúde. Em alguns locais o impacto foi razoavelmente menor, em outros, o negacionismo e a ausência de políticas de enfrentamento da epidemia contribuíram, e ainda contribuem, para o exagerado índice de vítimas fatais.
O mundo não é mais o mesmo, sonhos foram interrompidos, a nossa rotina mudou, a vida financeira do trabalhador assalariado abalou, desempregos, inflação, os dez mais ricos ficaram ainda mais ricos, a fome bate as portas dos marginalizados. Tem campeonato de futebol, mas os estádios estão vazios, as olimpíadas foram adiadas, a plateia desapareceu dos shows, eventos tradicionais conhecidos mundialmente pela aglomeração estão cancelados. Novas expressões têm se popularizado “home office”, “delivery”, “lockdown”, “quarentena”, ‘toque de recolher”, “pandemia”, “auxílio emergencial”, entre outras. Agora, o cartaz de aviso da próxima reunião vem anexado com o link, as aulas são online ou via sistema híbrido, o professor faz malabarismo para desenvolver novas técnicas de ensino e se familiarizar com as recentes tecnologias, quem tem internet e interesse até que aprende. O mundo não é mais o mesmo, será esse o novo normal para os próximos anos?
Como ficar indiferente com tudo isso, com o número de mortos que ultrapassa 220 mil somente no Brasil, como não sentir empatia pelos manauaras que morreram com falta de oxigênio, como não se compadecer com as dezenas de enterros diários? Perdemos amigos, vizinhos, conhecidos e familiares, e ainda continuamos perdendo, choramos quase todos os dias com as trágicas notícias sem precedentes. O Brasil amarga o primeiro lugar como país com a pior gestão na pandemia, tivemos 3 ministros de saúde, os 2 anteriores eram médicos, o atual é especialista em logística. Não existem ações integradas e harmoniosas entres as esferas de poder, governos são acusados de corrupção, pessoas apadrinhadas furam a vila da vacina. O povo padece.
Mais de 52 países começaram a se imunizar contra o COVID-19 e junto com a vacina renovam-se as esperanças de dias melhores, de um futuro decente para as nossas crianças, do resgate de significados dos termos solidariedade, cidadania e respeito. Que o mundo seja imunizado e a sociedade humanizada com o senso de coletividade.
Por Renato Rodrigues/Mestre em Ciências Humanas
*Redação: blogjrnews.com