A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) retomou, nesta segunda-feira (15/06), o número diário de consultas anterior à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A partir de hoje, todos os médicos das mais de 20 especialidades da Fundação, que é vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (Susam), atendem diariamente 16 pacientes previamente agendados.
Durante os primeiros meses de pandemia, a FCecon adotou medidas visando reduzir o fluxo de pessoas, com o objetivo de evitar o contágio do novo coronavírus entre os pacientes oncológicos. Durante dois meses, as consultas ambulatoriais ficaram limitadas a seis pacientes por especialista, por dia, sendo quatro consultas para pacientes de primeira vez. Entre abril e maio, foram realizados mais de 5,4 mil consultas e procedimentos ambulatoriais.
As medidas seguiram orientações de entidades ligadas à oncologia, como o Instituto Nacional de Câncer (Inca) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), como destaca o diretor-presidente da FCecon, Gerson Mourão.
“Adotamos uma série de medidas após os primeiros casos do novo coronavírus em Manaus, entre elas postergar os atendimentos eletivos, como consultas e exames que podiam aguardar um pouco mais. Priorizamos os casos mais urgentes, os pacientes de primeira vez, aqueles que tinham resultado de biópsia para entregar e os que tinham exames já prontos para fazer cirurgia. Todas as medidas seguiram entidades médicas ligadas à oncologia, para não colocar em risco a saúde dos nossos pacientes e dos profissionais”, explica Mourão.
Cuidados – Seguindo as orientações para evitar aglomerações, a gerente do Ambulatório, enfermeira Maura Negreiros, reforça que pacientes em bom estado de saúde e que não necessitem de acompanhantes para se locomover devem entrar sozinhos na FCecon. “Pacientes que necessitem de acompanhantes, como os idosos, crianças ou portadores de necessidades especiais, podem adentrar a unidade acompanhados. Pedimos a compreensão da população para que evite vir até a unidade com acompanhantes quando não houver extrema necessidade”, diz Negreiros.
Está mantida a triagem para sintomas gripais, com a aferição de temperatura. As marcações e orientações para distanciamento também permanecem.
Grupo de risco – Pacientes acompanhados por profissionais maiores de 60 anos que estão no grupo de risco da Covid-19 devem aguardar o contato telefônico sobre o retorno dos médicos. A previsão é que no início de julho esses profissionais retornem aos atendimentos, seguindo decreto do Governo do Estado.
Tratamentos mantidos – Durante os primeiros meses de pandemia, a FCecon manteve sem alterações as consultas da Oncologia Clínica, especialidade responsável por indicar o tratamento de quimioterapia. Cada médico atendeu em torno de 15 a 20 pacientes diariamente. Somente as consultas de seguimento, que são aquelas com pacientes em acompanhamento, e as de hormonioterapia foram adiadas. Neste último caso, os pacientes vieram até a FCecon somente para buscar as medicações da hormonioterapia, sem a necessidade de consulta médica.
As sessões de quimioterapia permaneceram em torno de 60 infusões por dia, média do início de 2020. Na radioterapia, também não houve mudanças e de 180 a 200 pacientes realizaram tratamento todos os dias.
O serviço de terapia da dor e cuidados paliativos (STDCP), responsável pelo tratamento dos pacientes com sintomas desconfortantes, continuou atendendo em média 20 pacientes por especialista. Há ainda a possibilidade de um familiar buscar, na consulta, a receita para retirar os medicamentos, não necessitando que o paciente se desloque de sua casa.
Seguindo orientações da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica, as cirurgias na FCecon priorizaram os casos de tumores de alto risco de progressão, além das urgências e emergências. Mesmo com estas prioridades, foram realizadas 292 cirurgias de grande e médio porte nos meses de abril e maio.
“O nosso atendimento cirúrgico se manteve para esses casos, sendo que todas as equipes estavam amparadas pelo uso de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), de todo o procedimento, e nós conseguimos manter esse fluxo de cirurgias de alto risco. Além disso, as cirurgias de urgência foram mantidas de forma plena”, afirma o diretor técnico da FCecon, cirurgião de cabeça e pescoço Marco Antônio Rocha.
Segurança – A Fundação Cecon também reforçou o estoque de máscaras N95 e cirúrgicas, capotes, macacões, protetores faciais e demais EPIs utilizados por todos os funcionários da instituição. O processo é orientado pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) da FCecon, seguindo critérios do Ministério da Saúde (MS) e da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM).
FOTOS: Laís Pompeu/FCecon
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