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Coronavírus: mais de cem empresas em Manaus fizeram demissões durante pandemia, aponta estudo
27/05/2020 11:27 em Economia

Levantamento foi feito com comércio, varejo, bares e restaurantes.

 

Uma pesquisa feita com 202 empresas, em Manaus, mostrou que mais da metade (54%), ou seja, 109 empresas precisaram fazer demissões no quadro de funcionários, por conta dos impactos da pandemia do coronavírus na economia local. O levantamento foi feito pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e aplicou questionários em empresas dos setores de serviços, comércio, varejo de alimentos, e ainda o setor de bares e restaurantes.

 

As demissões variam de empresa para empresa, sendo que 87% das que demitiram, fizeram apenas desligamentos parciais. Apenas 13% precisou zerar o quadro de funcionários. Os dados mostram, que, apesar de haver interesse na recontratação ou contratação de funcionários, nem todas garantem o mesmo número de colaboradores que tinham antes da crise.

 

Como forma de evitar a propagação do coronavírus, que até esta terça-feira (26) infectou mais de 14,4 mil pessoas em Manaus, e 31,9 mil em todo o Amazonas, o funcionamento de estabelecimentos comerciais e de serviços não essenciais segue fechado até o dia 31 de maio deste ano. A medida de enfrentamento à Covid-19 foi decretada no dia 23 de março para, inicialmente, um período de 15 dias, mas o prazo precisou ser estendido, diante da curva de crescimento dos casos da doença.

 

Um dos coordenadores do estudo, o economista Roderick Cabral Castello Branco disse, que, de modo geral, os empresários não estão confiantes com o atual cenário econômico, além de não estarem preparados para enfrentar a crise.

 

“Já houve várias demissões. Metade das empresas já demitiu alguém, e muitas dessas empresas que já demitiram não têm intenção de recontratar. O pessimismo em relação ao faturamento futuro também é muito claro. Está se formando um cenário que apresenta uma realidade de um futuro de recessão, com alto desemprego e mudança nos padrões de consumo, que exige adaptação à essa nova realidade”, destacou.

 

Perfil das empresas

Metade dos entrevistados (49%) avaliaram, ainda, que a economia é mais importante do que as medidas de isolamento social. Entre os entrevistados, 8 em cada 10 empresários acreditam que as vendas de 2020 serão piores ou muito piores que 2019, relatando queda no faturamento, enquanto somente 11% acham que será melhor ou muito melhor.

 

A maior parte dos pesquisados pela UEA possui faturamento até R$ 4,8 milhões anuais, representando 167 respondentes (83%), ou seja, enquadram-se como micro ou pequena empresa. Nas de porte médio (faturamento anual até R$ 90 mi), 15 empresas responderam (15%). Cinco empresas com faturamento anual acima de R$ 90 milhões também responderam ao questionário.

 

O pessimismo persiste, independente do tamanho da empresa. Destacam-se, porém, as de médio porte (faturamento entre R$ 4,8 e R$ 90 milhões ao ano): 90% acreditam que 2020 será pior ou muito pior que 2019. Empresas de grande porte mostram-se mais otimistas, mas devido à reduzida quantidade de respondentes com faturamento acima de R$ 90 milhões anuais, sugere-se aprofundamento da pesquisa desse nicho específico. Nota-se ainda que empresas de pequeno porte são mais otimistas em relação às vendas de 2020 que as microempresas: 22% das empresas de pequeno porte entendem que as vendas 2020 serão iguais ou melhores que o ano anterior, contra 11% das microempresas.

 

Alternativas

Crédito barato e rápido foram apontados pelos empresários como fundamentais: as linhas de crédito disponíveis apresentam condições interessantes, mas são extremamente morosas e burocráticas, incompatíveis com a urgência do momento. Da mesma forma, a suspensão de tributos e a redução de tarifas podem auxiliar na manutenção do fluxo de caixa, principalmente das micro e pequenas empresas. A realidade que se forma é preocupante e o governo precisa, mais que nunca, agir para evitar a profunda perda de qualidade de vida na cidade.

 

Ainda no mês de março, o Governo do Estado anunciou que iria disponibilizar, por meio da Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam) R$ 40 milhões para micro e pequenas empresas. Os Financiamentos visam ajudar empreendimentos durante pandemia do novo coronavírus.

 

Por G1 AM

*Redação: blogjrnews.com

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