Ao todo, o Amazonas conquistou 121 medalhas na OBMEP
Crescido na Escola Estadual Brigadeiro João Camarão, na zona sul de Manaus, João Pedro Barbosa, de 17 anos, teve sua paixão por Matemática incentivada pelos professores e pela gestão da unidade de ensino. O incentivo deu tão certo que o estudante conquistou, neste ano, a sexta medalha na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) - sua segunda de ouro.
“A gente também tem que dar aquele reforcinho em casa, mas a maioria das coisas que fiz foi aqui, na escola, e incentivado pelo professor”, afirmou o estudante.
A conquista de João Pedro garantiu a única medalha de ouro do Amazonas no Nível 3, disputada por estudantes do ensino médio de escolas públicas e privadas. Ao todo, as escolas estaduais tiveram 121 medalhas, nos três níveis: sendo 44 no Nível 1, para alunos do 6º e 7º ano ensino fundamental; outras 45 no Nível 2, para alunos do 8º e 9º anos; e 32 do Nível 3. No total, os três níveis alcançaram a marca de 81 medalhas de bronze, 29 de prata e 11 de ouro, além de menções honrosas.
Estudantes de Apuí, Eirunepé, Iranduba, Itacoatiara, Manaus, Manicoré, Novo Aripuanã, Parintins, Rio Preto da Eva, Santo Antônio do Içá e Tefé conquistaram medalhas de ouro, prata e bronze, além de menções honrosas pelo desempenho. O aluno Antônio Viana Filho, que cursa o 6º ano na Escola Maria Ivone de Araújo Leite, em Itacoatiara, foi o único a conquistar ouro para o interior do Amazonas.
Cerimônia no Rio de Janeiro - Os medalhistas de ouro João e Antônio viajarão ao Rio de Janeiro, onde participarão do Encontro de Medalhistas promovido pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), com o apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), e receberão as medalhas do presidente da República. A data ainda não foi informada.
Preparação - Marcos Antônio Alvim, gestor da Escola Estadual Brigadeiro Camarão, diz que o resultado é fruto da dedicação dos professores e dos alunos, que têm aulas no contraturno para se prepararem melhor para as olimpíadas que fazem durante o ano, inclusive a OBMEP.
“Temos tradição, já tivemos professores e alunos premiados e fomos reconhecidos como escola pela OBMEP. O rendimento melhora e, por isso, a unidade de ensino tem bons resultados. Além disso, reunimos com os pais para mantê-los informados sobre a OBMEP e os benefícios que pode trazer para os estudantes, como uma bolsa de R$ 1,2 mil por ano, independente se [o aluno] foi ouro, prata ou bronze”, destaca o gestor.
Apoio da escola - João Pedro, que já acumula duas medalhas de bronze, duas de prata e uma de ouro, é grato pelo apoio recebido na escola, onde estuda desde os 6 anos. Ele, que será egresso em 2020, espera o resultado do Enem e vislumbra vagas em universidades do Amazonas e de São Paulo.
“O professor Alexandre Duarte começou esse trabalho com a gente e deu partida nesta série de premiações que tivemos, em 2014. Eu gosto das áreas de Exatas, pretendo cursar Engenharia Mecatrônica ou Elétrica e acho que tenho uma boa pontuação para isso. Posso tentar usar meu desempenho na OBMEP para entrar na Unicamp e estou esperando os resultados”, diz o rapaz.
Sobre a OBMEP - Criada em 2005 para estimular o estudo da Matemática e identificar talentos na área, a OBMEP tem como objetivos principais estimular e promover o estudo da Matemática; contribuir para a melhoria da qualidade da educação básica, possibilitando que um maior número de alunos brasileiros possa ter acesso a material didático de qualidade; identificar jovens talentos e incentivar seu ingresso em universidades, nas áreas científicas e tecnológicas.
As provas de 2019 foram aplicadas em duas fases, a primeira em maio e a segunda em setembro. Participaram cerca de 54 mil escolas e quase 950 mil alunos em todo o Brasil.
FOTOS: EDUARDO CAVALCANTE
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