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Concorrência em campo, atrito fora: como a rivalidade Palmeiras x Flamengo ficou à flor da pele
Esportes
Publicado em 29/11/2019

Adversários deste domingo na Arena Palmeiras voltam a se enfrentar em meio a velhas polêmicas e novas provocações. Veja a linha do tempo do que aconteceu nos últimos anos

 

Com o Campeonato Brasileiro já decidido, Palmeiras e Flamengo cumprem tabela na antepenúltima rodada neste domingo, às 16h (de Brasília), na Arena Palmeiras. Mas se engana quem acha que não estará valendo nada esse jogo. A rivalidade entre os dois clubes rompeu as divisas dos estados e aflorou nos últimos anos. E vencer é uma questão moral em meio a velhas polêmicas e novas provocações.

 

A animosidade da partida fez até com que a Polícia Militar e o Ministério Público de São Paulo pedissem para o jogo ser realizado com torcida única, sem a presença de visitantes, o que é comum nos clássicos paulistas. Mas como a rivalidade entre os dois clubes chegou a esse ponto? O GloboEsporte.com fez uma linha do tempo mostrando o passo a passo do que aconteceu para criar o cenário atual:

 

 

Briga entre torcidas

Podemos dizer que os ânimos começaram a se acirrar em 2016, quando as duas equipes se enfrentaram no Mané Garrincha, em Brasília, pelo Brasileirão. No intervalo, houve tentativa de invasão, as torcidas se confrontaram na arquibancada, e policiais precisaram usar gás de pimenta, Mas o efeito recaiu também sobre o campo, afetando jogadores e técnicos em um jogo que ficou 12 minutos parado e terminou com vitória alviverde por 2 a 1.

 

Torcida única

Antes do reencontro entre as equipes no returno daquele ano, que valeria a liderança do campeonato, a Procuradoria do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) puniu os dois clubes. Entre as sanções aplicadas estavam a proibição de torcidas organizadas durante 10 jogos e a exigência de torcida única na Arena Palmeiras. Foi a primeira e única vez que isso aconteceu com Palmeiras e Flamengo até hoje.

 

Concorrência

Se no primeiro turno daquele ano eles ainda não estavam no topo da tabela, no reencontro valia a liderança. O Palmeiras tinha só um ponto na frente, saiu perdendo com gol de Alan Patrick, mas com um jogador a mais buscou o empate com Gabriel Jesus. Resultado foi de grande importância para o Verdão, que manteve a primeira colocação por mais uma rodada.

 

 

Camarotes da discórdia

Foi nesse mesmo jogo que as duas diretorias começaram a se estranhar. De um lado, o então presidente alviverde, Paulo Nobre, envolveu-se em uma confusão com convidados em camarote de um patrocinador. O dirigente se irritou com a presença de um torcedor do Flamengo no local e teria tentado invadir o camarote acompanhado por mais de dez seguranças.

 

Do outro extremo, o então presidente rubro-negro, Eduardo Bandeira de Mello, queixou-se de o camarote rubro-negro ficar bem em cima de uma grande organizada do Palmeiras e alegou ter sido hostilizado por palmeirenses. Imagens divulgadas posteriormente mostraram o dirigentes em pé, no local reservado para a sua diretoria, fazendo gestos para a arquibancada e batendo boca com os torcedores rivais.

 

Alfinetadas das diretorias

O campeonato seguiu, e na 30ª rodada a diferença do líder Palmeiras para o vice-líder Flamengo voltou a cair para um ponto após o Verdão só empatar por 0 a 0 em casa com o Cruzeiro, enquanto o Rubro-Negro venceu o clássico com o Fluminense por 2 a 1, com direito a gol sofrido no fim anulado após 13 minutos de paralisação. Na época ainda não existia o VAR, e Nobre reclamou de interferência externa:

 

– Estamos aqui hoje para nos manifestar sobre o que chegou ao ponto do inaceitável. O que aconteceu no Rio de Janeiro pode manchar a história do campeonato, colocar em questão a credibilidade de um campeonato que começa a ser decidido fora de campo. (...) O Palmeiras, desde o primeiro dia, se esforça muito para conseguir todos os resultados que conquistou até agora. Ninguém vai levar na mão grande.

 

– Estou achando muito estranho tudo isso. Não sei o que ele tem a ver com a partida. O que é escandaloso e mancha a credibilidade da competição é a expulsão do Márcio Araújo no primeiro tempo do jogo contra o Palmeiras, é a Mancha Verde ficar embaixo do camarote do Flamengo no mesmo jogo, é o Palmeiras encharcar a nossa área antes da partida. Quem é que não tem vergonha na cara? – rebateu Bandeira.

 

 

"AeroPorco" x "AeroFla"

A rivalidade já cresceu tanto neste primeiro ano de disputa como candidatos ao título que até mesmo fora de campo as torcidas competiam em gestos. Surgia, então, o "AeroPorco" e o "AeroFla", movimentos de apoio para os dois times antes de viagens para jogar fora de casa. Como o Palmeiras terminou campeão, muitos torcedores rotularam a mobilização rubro-negra com falta de sorte.

 

Deboche de Gabriel e Tchê Tchê

Com o empate do Flamengo com o Coritiba, o Rubro-Negro não tinha mais chances de ser campeão, e apenas o Santos poderia (com um milagre) tirar o título do Palmeiras. Antes mesmo de garantir a taça, alguns jogadores debocharam do termo "cheirinho de hepta" criado pela torcida. Gabriel questionou: "Cheirinho de quê?". Enquanto Tchê Tchê colocou um desenho de um nariz ao lado de "#cheirinho".

 

Imagens Divulgação

Por GloboEsporte.com — São Paulo

*Redação: blogjrnews.com

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