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Everton Ribeiro afirma que derrota para o Emelec mudou o Flamengo: "Um grande passo"
Esportes
Publicado em 05/11/2019

Capitão lembra mobilização de jogadores e torcida nas oitavas da Libertadores e diz que é preciso conquistar títulos para dar ao time atual o selo de vencedor

 

Everton Ribeiro chegou ao Flamengo em 2017 e se tornou um dos símbolos do processo de fortalecimento do clube. Depois de bater na trave na Sul-Americana 2017 e no Brasileiro 2018, seu desejo agora é marcar o nome na história rubro-negra. E com estilo. A meta é, depois do título do Carioca no primeiro semestre, fechar 2019 com mais três conquistas.

 

No Brasileiro, a ótima campanha com oito pontos de diferença para o segundo lugar coloca o time como grande favorito para ser o campeão. Na Libertadores, os comandados de Jorge Jesus fazem a final com o River Plate no dia 23 de novembro.

 

Até chegar ao Chile, foram grandes obstáculos. O Fla classificou em primeiro na fase de grupos por causa do saldo de gols, mas só garantiu a vaga na última rodada, após o empate com o Peñarol, no Uruguai. De acordo com Everton Ribeiro, o duelo das oitavas, contra o Emelec, que foi o grande marco.

 

Depois de perder por 2 a 0 no Equador, houve uma grande mobilização, o time devolveu o placar no Maracanã e conseguiu avançar na disputa de pênaltis. Um alívio que calejou a equipe.

 

- Foi onde nós fechamos e dissemos que tínhamos condição de virar. O que a torcida fez naquela semana e naquele jogo foi incrível. Disseram que não iam parar de cantar em momento nenhum. Nossa chegada ao estádio também foi espetacular. Ali demos um grande passo para chegar onde estamos agora - disse o camisa 7.

Nas quartas de final e na semi, o Rubro-Negro conseguiu fazer valer sua força e eliminou Internacional e, principalmente o Grêmio, com superioridade. O estilo de jogo ofensivo, com jogadores técnicos e números expressivos, encanta o país inteiro. Mas Everton sabe que as conquistas é que dão o selo de vencedor a qualquer time.

- O que vai ficar marcado é quando erguermos as taças - disse Everton, que, como capitão, teria a honra de levantar os troféus.

 

 

Confira a entrevista completa com Everton Ribeiro:

 

GloboEsporte.com: No início do ano imaginava chegar nesta altura da temporada tendo tantas possibilidades de conquistas importantes?

Everton Ribeiro: O objetivo era esse, mas sabíamos da dificuldade que ia ser. Estar na liderança do Brasileiro e na final da Libertadores lógico que ficamos muito felizes, mas precisamos concretizar. Isso que falamos todos os dias. Independente do que já fizemos, o que vai ficar marcado é quando erguermos as taças.

 

Como capitão, você teria esse privilégio. Já parou para pensar nisso?

Quero é viver esse momento, mas não faço muitas previsões. Quando estiver com a taça na mão, vai ser muito especial.

 

A maratona de jogos decisivos é muito complicada, e o Flamengo tem sofrido com isso. Em alguns momentos é difícil encontrar gás para suportar?

Acho que estamos equilibrando bem, na medida do possível. São jogos difíceis no Brasileiro. Quando pega um time lá de baixo, a dificuldade é parecida. Estamos recuperando bem. Quem está mais inteiro, entra para dar o melhor para nos mantermos bem até o fim.

 

Você está há alguns anos no Flamengo, mas nesta temporada parece que a química da torcida com o time está especial. São estádios lotados no Maracanã e fora do Rio. É quase uma comoção em torno da equipe. Como é isso?

É incrível essa atmosfera que a torcida criou. Sabemos que quando a torcida faz festa, vai ao estádio, é muito difícil enfrentar a gente. Isso é maravilhoso. Nos empolga ainda mais para fazermos nosso melhor futebol e entregarmos o resultado que eles e nós esperamos.

 

 

O que deu errado naquele jogo contra o Emelec no Equador?

Não conseguimos colocar nosso jogo em prática. Deixamos muitos desfalques, teve a lesão no Diego. Foi um jogo complicado, mas a gente tinha a certeza de que conseguiríamos reverter em casa. O que a torcida fez antes da partida foi incrível. Conseguimos a virada.

 

Havia o receio de mais uma eliminação precoce na Libertadores?

Receio sempre tem, porque o clube vinha de eliminações. Mas quando nos fechamos e falamos que tínhamos condições de passar, junto com a atmosfera criada pela torcida, isso nos deu muita força. No dia do jogo, tínhamos certeza de que íamos passar.

 

A vitória por 5 a 0 sobre o Grêmio foi surpreendente?

Foi, sem dúvida. O resultado, né. Estávamos confiantes na classificação, mas o placar elástico foi realmente uma coisa que não esperávamos. Ficamos muito contentes com o futebol que apresentamos.

 

Individualmente, acredita que está em seu melhor ano no Flamengo e no futebol brasileiro?

Acho que estou vivendo um grande momento. Me sinto muito bem. Estou mais experiente, me encontro melhor no campo. A equipe também está encaixada, e isso ajuda o desenvolvimento individual. Estou muito feliz com essa fase, e espero concretizar com títulos.

 

 

É um ano de menos gols marcados, mas com altos números de assistência e criação de jogadas. Mudou o seu jeito de jogar em algum aspecto?

A equipe está encaixada, e estou com essa função de fazer a transição do meio de campo para o ataque para abrir espaços. Óbvio que é muito bom fazer gols e comemorar, mas quando consigo clarear uma jogada, dar um passe decisivo e o time ganhar, é muito bom também. Fico feliz.

 

Com o Abel, o time cumpriu metas mas não tinha esta maneira de jogar bonito que passou a ter com o Jorge Jesus. Esta maneira de atuar encanta o Brasil todo. O que tem nesse trabalho do Jesus que alia resultados a jogar bem?

Acredito que ele seja muito didático, consegue passar o jeito que ele quer. Nós entendemos bem e conseguimos colocar em prática nos treinos e jogos, que é o mais importante. Alcançamos uma regularidade, o que é importante também. Estamos evoluindo. Nos treinos não estamos podendo puxar muito para estarmos bem nos jogos e fazermos tudo com intensidade.

 

Os números do time são impressionantes no Brasileiro. Vocês chegam a se assustar com tudo o que estão construindo?

Chama atenção. Sabemos que não é fácil. Comentamos que até quando vencemos e não jogamos tão bem, fica um sentimento de que poderia dar mais. É um sentimento vencedor, que querer melhorar. Isso faz bem, não nos deixa relaxar, ficar parado onde estamos.

 

Você aparenta ser um cara bem tranquilo e discreto. O que acredita que tenha feito o Jorge Jesus o escolher capitão?

Acho que sou mais uma liderança técnica. Falo em alguns momentos o que eu vejo no jogo, o que a equipe precisa... Mas nós temos vários jogadores que têm liderança. Um completa o outro, assim ficamos fortes. Fico feliz de poder, do meu jeito, ser o capitão, de estar com braçadeira.

 

Você dá bronca?

Dou (risos). Discuto com o pessoal, mas sempre para melhorar. Nossa equipe a cada jogo vai tentando evoluir. Sou bem tranquilo fora de campo, mas dentro quando tem que falar com o juiz eu falo, quando tem que falar com a equipe, com o adversário.. Eu passo o que eu vejo.

 

 

Vocês conseguem entender tudo o que o Jorge Jesus esbraveja na beira do campo?

Tem horas que até eu não entendo (risos). Ele fala o português de Portugal, e quando é rápido demais não entendemos. Até brinca com a gente: "Parece que estou falando chinês". Mas é só uma questão de adaptação.

 

Qual a palavra que o mister mais usa no dia a dia?

Não dá para falar (risos). É um palavrão que começa com "F". Os portugueses falam bastante. A gente ri, brinca. Até o Gabigol, que tem uma relação mais próxima com ele, grita isso quando faz gol. O mister dá risada. Já entrou no nosso vocabulário.

 

O elenco deu risada também com o vídeo que viralizou do Jesus falando "Cincummm"?

Sim, demos muita risada. Teve um vídeo em que brincamos e chegou até ele.

 

O que te leva a acreditar que o Flamengo vai ser campeão Brasileiro e da Libertadores de 2019?

Acredito que o que nós estamos fazendo é que nos dá confiança. Nos motiva e nos credencia aos títulos. Mas precisamos fazer durante os jogos para concretizar. A confiança é real.

 

As contratações deste ano transformaram o time?

Foram jogadores que vieram para colocar o Flamengo em outro patamar. A torcida também dá um show a cada jogo, a sintonia com o time está fazendo a diferença nas partidas. A atmosfera está muito boa.

 

O Flamengo vive um momento mágico?

Acho que sim. Tem essa sinergia com a torcida, e tudo o que envolve o Flamengo é muito grande. O momento é muito especial para quem está envolvido neste dia a dia.

 

Fotos: Fred Huber

Foto: André Durão

Por Eric Faria, Fred Huber e Ivan Raupp — Rio de Janeiro

*Redação: blogjrnews.com

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