O governador do Amazonas, Wilson Lima, lançou, nesta sexta-feira (01/11), o programa “Peixe no Prato”. Com o objetivo de possibilitar a venda do pescador direto para o consumidor a preços populares, o programa levou, em sua primeira edição, 10 mil peixes, entre sardinha e tambaqui curumim, para a área externa da Escola Estadual Letício de Campos Dantas, no bairro Cidade de Deus, zona leste de Manaus; beneficiando 2 mil pessoas. O governador destacou que o programa beneficia a população de baixa renda, melhora a economia dos pequenos produtores e pescadores e também proporciona alimentos de qualidade para os cidadãos.
“É um programa para garantir a segurança alimentar daquelas famílias em situação de vulnerabilidade. Nosso grande problema tem relação com a questão da logística. Estamos fazendo o encontro entre o produtor, entre aquela pessoa que está trabalhando dia e noite para garantir o alimento na nossa mesa, o pescador, o pequeno produtor, que na maioria das vezes tem que entregar o seu produto para o atravessador; estamos pegando do produtor e dando direto para o consumidor, dando apoio nesse transporte, na logística”, ressaltou Wilson Lima.
Ele também frisou que os preços dos produtos oferecidos na feira sempre serão estabelecidos em valores abaixo do preço de mercado. “Quando a gente faz essa compra direta, esse encontro entre o consumidor e a pessoa que produz, o consumidor acaba pagando um preço mais convidativo. Tenho aqui, por exemplo, cinco sardinhas por R$ 2. Tenho o tambaqui e as verduras, comercializadas a um preço bem abaixo do mercado”, disse o governador.
O programa foi lançado com a safra do peixe da pesca artesanal e terá a segunda edição até dia 15 de novembro, antes do período do defeso. “Nós vamos levar o Peixe no Prato para outros bairros. Estamos montando um cronograma e deveremos ter outra ação até o dia 15 de novembro. O Peixe no Prato sempre vai trazer o peixe que estiver no período da sua pesca, no período da sua captura”, enfatizou Wilson Lima.
Fonte de renda – Em seu lançamento, o programa reuniu agricultores e pescadores de municípios como Manacapuru, Presidente Figueiredo, Iranduba, além da capital. O agricultor Valdenízio Moura, do ramal do Pau Rosa, em Manacapuru, costuma participar das feiras organizadas pela Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS), vinculada à Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror). Ele conta o Peixe no Prato representa maior lucratividade e ganhos na economia familiar.
“É mais um ponto de renda para a gente, mais um ponto que a gente vem para trazer nosso produto. A gente está conseguindo trazer nosso produto de lá (Manacapuru) e, como hoje abriu essa oportunidade, a gente está aqui para escoar o nosso produto para o consumidor. É o nosso trabalho trazer um bom produto para o consumidor e para os moradores daqui da região”, disse o produtor, que vende verduras e hortaliças como cebola, couve, cheiro-verde e tomate.
“Agora, com esse programa do governo, a gente vende direto para o consumidor e aí dá para fazer um preço mais em conta, porque vem direto do pescador. Vindo direto do pescador já melhora a renda das pessoas, dos pescadores”, avaliou o pescador Joel Soares.
Benefícios à comunidade – De acordo com moradores do bairro Cidade de Deus, a região esperava pela realização da feira itinerante. “A comunidade está muito feliz porque está recebendo o projeto do governador, que vai beneficiar várias famílias carentes. E a comunidade está muito agradecida por estar recebendo a visita do governador e esse projeto. Aqui a necessidade de uma feira é muita. É um bairro que foi projetado, mas sem uma feira. Então nós improvisamos. E essa feira itinerante vem nos ajudar muito”, afirmou Umberto Andrade, representante do loteamento Fazendinha.
A autônoma Vaneide Fiúza aproveitou para garantir um almoço especial para o final de semana. “Nós não temos (feira) aqui perto, quando a gente precisa a gente tem que ir ou para a feira do Mutirão, ou para o Terminal 4, ou, ainda para o Centro, mas o preço não é razoável para nós. Então isso aqui vai facilitar muito para nós. Achei o preço bom, se vier outras vezes para gente vai ser gratificante. Comprei verduras e dois tipos de peixe”, contou a moradora do bairro.
Sobre o programa – O programa Peixe no Prato tem como estratégia garantir apoio logístico para a comercialização do pescado aos proprietários de embarcações de pesca, pescadores, manejadores e piscicultores oferecendo, para o consumidor, peixes da pesca comercial artesanal (jaraqui, sardinha, pacu, curimatã), manejada (pirarucu, tambaqui e aruanã) e da piscicultura (tambaqui e matrinxã).
“O principal alimento do amazonense é o peixe, junto com a farinha, de maneira que muito se perdia, se desperdiçava de pescado no período da safra, e esse pescador artesanal não tinha para quem vender. Essa determinação do governador Wilson é de que a gente possa aproximar o pescador da população de baixa renda, que muitas vezes quer comprar o peixe e não tem uma feira próxima, e acaba não tendo acesso a uma proteína saudável”, pontuou o titular da Sepror, Petrúcio de Magalhães Júnior.
O pescado vendido passa por rigoroso controle de qualidade, realizado pela Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf). Os valores para comercialização foram de cinco peixes por R$ 2 e uma sacola de verdura por R$ 2, limitado a 10 peixes e uma sacola de verduras por pessoa. “A gente limitou para que todos possam acessar. Vamos rodar os bairros de Manaus. Você, que é do bairro, pode procurar o sistema Sepror que a gente vai atender”, ressaltou Petrúcio.
FOTOS: Michell Mello e Diego Peres/Secom
*Redação: blogjrnews.com