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A ERA DA INFORMAÇÃO E OS EFEITOS COLATERAIS.
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Publicado em 26/09/2019

Por: Renato Rodrigues.

Mestrando em Ciências Humanas, Especialista em Gestão de Talentos e Bacharel em Administração

 

A ERA DA INFORMAÇÃO chegou mais rápida que a alfabetização das pessoas, e pegou a maioria dos brasileiros despreparados e atônitos com tanta acessibilidade a notícias. De acordo com o IBGE, em 1950 a quantidade de analfabetos era de 50,5%, ou seja, mais da metade não sabiam ler e nem escrever. Em pesquisa realizada pelo Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) em 2018 constatou-se que 52,6% ainda não possuem o Ensino Médio, neste mesmo relatório consta que 11, 3 milhões de brasileiros continuam no grupo de analfabetos. Fatores como esses devem ser considerados na tentativa de compreender a facilidade da proliferação de notícias falsas e seus efeitos devastadores. Cabe ressaltar que a leitura não é simplesmente decifrar os códigos da escrita, consiste na capacidade da interpretação do texto, no desenvolvimento do senso crítico e na análise das fontes de informação, identificando a veracidade do que está sendo dito. Exigir todo esse domínio de técnicas de leitura para uma população recém alfabetizada ou mal educada e avessa a leitura, é um verdadeiro escárnio, enquanto os franceses leem em média 21 livros por ano, o brasileiro utiliza 5 minutos do seu tempo semanal para a leitura.

 

Em pleno século XXI tornou-se comum receber em nossos aparelhos celulares a “corrente” com foto de uma criança doente acompanhada do pedido de compartilhamento, alegando que o whatsapp ou facebook vai ajudar com tantos centavos cada vez que a imagem for compartilhada. Em Outro exemplo corriqueiro temos a foto de uma celebridade junto com uma frase atribuída a ela, no entanto essa fala nunca foi dita por determinada personagem, mesmo assim, usuários da Rede Mundial de Computadores repassam ou utilizam a frase inexistente em seus próprios discursos sem checar a integridade da informação. Em maio de 2014 no estado de São Paulo, uma mulher por nome de Fabiane Maria de Jesus, 33 anos, morreu espancada por populares após um boato gerado por uma página em uma rede social que afirmava que a dona de casa sequestrava crianças para utilizá-las em rituais de magia negra.

 

Alguns estudiosos contemporâneos afirmam que precisamos migrar urgentemente para a “Era do Discernimento” ou viveremos a mercê dos manipuladores da informação. O próprio Jesus já destacava sobre o conhecimento que traz liberdade, que liberta o homem das trevas da ignorância, inclusive das prisões da religiosidade. Neste mesmo pensamento Paulo Freire discorre sobre a educação libertadora, que transforma o ser humano em sujeito pensante, crítico e capaz de exercer o seu papel como agente transformador de sua realidade social.

 

Por: Renato Rodrigues

*Redação: blogjrnews.com

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