Dados do Inpe apontam que 8.893 pontos de calor foram detectados até esta quinta-feira (5).
O Amazonas registrou 8.893 entre os dias 1º de janeiro de 5 de setembro deste ano. O dado, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), corresponde a 77,6% do número total registrado em 2018, quando foram notificados 11.446 focos.
As informações são obtidas por meio do Programa Queimadas, que monitora focos ativos em todo o país. No Amazonas, o mês de agosto bateu o recorde de focos de calor ativo registrados desde o início dos registros do governo federal, em 1998 - com 6.669.
O recorde anterior relacionado ao mês de agosto foi registrado em 2005, quando foram detectados 5.981 focos ativos. Nos últimos quatro anos, os índices registrados ultrapassaram 11 mil casos.
2015: 13.419 focos
2016: 11.173 focos
2017: 11.685 focos
2018: 11.446 focos
Nos primeiros sete meses do ano, a cidade de Apuí liderou o ranking de cidades que apresentaram a maior quantidade de focos de calor, com 673 registros.
No dia 24 de agosto, manifestantes protestaram em Manaus contra a destruição e o aumento das queimadas na Amazônia.
Multas
Nesta quinta-feira (5), dois empreendimentos - em Apuí e Humaitá - foram multados em R$ 1,7 milhão durante uma operação de combate às queimadas e desmatamento ilegal no Sul do Amazonas. Um dos locais é uma serraria, que foi embargada na quarta-feira (4) e já havia sido multada em R$ 2,6 milhões.
No dia 23 de agosto, o proprietário de um sítio também foi multado em R$ 4 milhões por desmatar ilegalmente uma área de 27 hectares. Para auxiliar nas autuações, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) utiliza uma nova tecnologia, que identificou responsáveis por desmatar 99.869,8 hectares no Sul do Estado e na Região Metropolitana de Manaus (RMM).
Força-tarefa
Por meio da Operação Curaquetê, 800 agentes de órgãos ambientais do Amazonas foram enviados no dia 30 de agosto para o Sul do estado, no intuito de reforçar as ações de combate às queimadas na região, que está em situação de emergência. O Exército também enviou tropas que devem permanecer no estado por, pelo menos, 60 dias.
Para o diretor presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Juliano Valente, a maior parte dos focos de queimadas no estado este ano foram causados por pessoas de outros estados.
Foto: Bruno Kelly/Reuters
Por Rickardo Marques, G1 AM
*Redação: blogjrnews.com