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Queda de usuários provocou precariedade no transporte público, dizem vereadores
Capital & Municípios
Publicado em 05/06/2019

Segundo os vereadores, a realidade do transporte público na capital é resultado da redução no lucro das empresas em virtude dos diversos modelos, como alternativo, táxi, mototáxi e aplicativos de transporte

 

Vereadores atribuíram a situação caótica do sistema de transporte coletivo da capital a queda no número de usuários dos coletivos e, consequentemente, à redução no lucro das oito empresas que operam neste modal em Manaus. A manifestação dos parlamentares foi após um grupo de usuários do transporte ocuparem à galeria da Câmara Municipal de Manaus (CMM) pedindo melhorias da qualidade do transporte e o posicionamento dos vereadores.

 

Em entrevista à reportagem de A CRÍTICA, o assessor jurídico do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amazonas (Sinetram), Fernando Borges, afirmou que o modal apresentou uma queda no faturamento desde 2016 na ordem de 25%, reflexo da queda de passageiros.

 

Cerca de 1.300 coletivos circulavam, diariamente em Manaus, distribuídos em 230 linhas de ônibus. Segundo o Sinetram, oito empresas operam neste modal com a média de 500 mil passageiros por dia. Até 2015, a média de usuários do transporte coletivo era de 800 a 900 mil e a partir de 2016 vem apresentando uma queda acentuada.

 

 De acordo com dados da Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU), 1.356 ônibus circulam na capital, sendo 178 articulados. São aproximadamente 2,9 mil duplas de cobrador e motorista trabalhando nos coletivos.

 

No modal alternativo são 249 veículos e no executivo cerca de 192 ônibus. No dia 27 de maio, o grupo protestou na galeria da Casa criticando a derrubada da convocação do presidente do Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito (Manaustrans), Franklin Pinto, pela base do prefeito Artur Neto (PSDB).  O requerimento visava a prestação de esclarecimentos sobre a renovação da frota.

 

De acordo com um dos Integrantes do Movimento Fiscaliza Manaus, o motorista Gledson Lima, de 36 anos, o protesto é um pedido de transparência nos repasses da Prefeitura de Manaus às empresas de ônibus. Em dezembro de 2018, o executivo municipal repassou o subsídio de R$ 9 milhões, em caráter emergencial, ao Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram) para o pagamento dos funcionários das empresas do transporte coletivo da capital.

 

“Em março, os rodoviários paralisaram com a pauta de que não tinham recebido décimo terceiro e nem férias. Ontem mesmo funcionários da empresa Global Green paralisaram as atividades pela ausência desses pagamentos”, disse Jeferson, que relembrou a precariedade dos coletivos de Manaus com a média diária de 15 panes.

 

 

Aplicativos

Amanhã, às 14h, no plenário Adriano Jorge, da Câmara Municipal, ocorre a última audiência pública para debater a regulamentação do transporte mediado por aplicativos em Manaus. A reunião será realizada pela Comissão de Transporte, Mobilidade Urbana. O projeto de lei ainda será levado ao plenário, em primeira e segunda discussão, e se aprovado, seguirá para sanção do prefeito Artur Neto (PSB).

 

Solução não é apontada

O vereador da base do prefeito Dante (PSDB) afirmou que tem cobrado dos empresários, através da Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU), a manutenção nos veículos, sobretudo das empresas Açaí e Global Green. “Não posso dizer que temos um transporte de qualidade. O transporte é importante para todos e precisamos tratar com responsabilidade no fórum adequado que é a Comissão de Transportes. Fora disso é palanque político”, disse.

 

Debate

Na sessão plenária, ontem, o vereador Chico Preto (PMN) cobrou melhorias para o sistema de transporte de Manaus e também o posicionamento dos parlamentares da Casa Legislativa. “Não é um favor. É um direito. O valor da passagem é pago e esse valor não corresponde na qualidade que o serviço é prestado hoje”, declarou.

 

Da tribuna, o vereador Eloi Abreu (PHS) disse que se sentiu ofendido com a declaração de Chico Preto e retrucou afirmando que os parlamentares trabalham, mas a decisão final cabe aos empresários e ao prefeito.

 

Em aparte, o vereador Samuel (PHS) declarou que a realidade do sistema de transporte público da capital é resultado da redução no lucro das empresas de ônibus em virtude dos diversos modais executivo, alternativo, táxi e mototáxi, além dos aplicativos de transporte privado de passageiros. “Hoje o caos existente é do sistema nacional. Não temos a vara de condão. Estamos com dificuldades, mas as coisas estão acontecendo”, afirmou.

 

O vereador Elias Emanuel (PSD) defende a criação de uma política pública nacional para o transporte coletivo. Ele apontou que a queda no número de passagens decorrente dos diversos modais chega a menos de cinco milhões de passagens/ mês.

 

O vereador Elissandro Bessa (SD) disse que a prefeitura não tem como bancar todo o subsídio do transporte público e desde o convênio firmado em 2010 os usuários sumiram.

 

Fotos: Jota Erry Rodrigues

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