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Festival Amazonas de Ópera encerra com recorde de público e bilheteria
Arte & Cultura
Publicado em 01/06/2019

O 22º Festival Amazonas de Ópera (FAO) encerrou na noite da última quinta-feira (30/06), com a reapresentação de “Alma”, ópera de Claudio Santoro, grande homenageado desta edição. Em 2019, o evento bateu todos os recordes de bilheteria, com ingressos esgotados nas 11 das 13 récitas apresentadas no palco do Teatro Amazonas. Também teve público expressivo na programação paralela, somando mais de 12 mil espectadores.

 

O FAO é uma realização do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (SEC), este ano, com patrocínio master do Bradesco, via Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cidadania e Secretaria Especial de Cultura.

 

De 26 de abril a 30 de maio, o FAO apresentou cinco produções principais no palco do Teatro Amazonas – “Ernani”, de Giuseppe Verdi, em forma de concerto; “Maria Stuarda”, de Gaetano Donizetti; “Tosca”, de Giacomo Puccini; “Mater Dolorosa”, balé pastiche sobre obras de Pergolesi, Haydn, Bach e Vivaldi; e “Alma”, de Claudio Santoro. Além disso, houve uma programação paralela intensa no Teatro da Instalação, Centros Culturais Palácio Rio Negro e Palácio da Justiça, hall do Teatro Amazonas, escolas, hospitais, shoppings e comunidades. Ao todo, foram 29 apresentações, na capital e no interior, ao longo dos 35 dias de festival.

 

O secretário estadual de Cultura, Marcos Apolo Muniz, considera que o festival conseguiu atingir as metas encampadas pela atual gestão, de ampliar o seu alcance, descentralizando as apresentações, e facilitar o acesso do público, com ingressos que permitiram a participação de todos. “O retorno do público foi muito positivo, comparecendo em peso às apresentações, mostrando que a ópera já faz parte da cultura da cidade, tem a aceitação popular. Além disso, é um evento que se mostrou extremamente importante como fonte de geração de empregos no Estado e formação de talentos”, afirmou.

 

Para Flávia Furtado, diretora executiva do FAO, o festival está voltando a crescer. “É muito importante que, agora que temos esse protagonismo no País, que a gente leve isso adiante, para o exterior também. O nosso próximo passo é nesse sentido, e vou para a conferência da Opera America, que atinge o mercado americano e canadense de ópera, onde vamos falar do Teatro Amazonas. Vamos mostrar a magnitude do trabalho que fazemos”, afirmou. “O FAO precisa ser entendido como uma propaganda do Brasil no exterior e não apenas do Governo do Estado. A gente leva qualidade e excelência do Brasil através do Amazonas para o mercado internacional”, pontuou.

 

Diretor artístico do festival, o maestro Luiz Fernando Malheiro afirma que a edição superou as expectativas. “Fiquei muito feliz com essa edição do FAO. Superou todas as minhas expectativas do ponto de vista artístico, de público, de repercussão nacional e internacional”, comentou. “Fiquei muito feliz com os artistas que a gente convidou, com os artistas locais, com essa equipe técnica que cada vez me surpreende mais, são uns heróis, o que a gente consegue fazer graças a eles é impressionante”, observou.

 

Malheiro ressalta ainda a escolha do repertório. “Começamos com uma ópera em concerto de Verdi, depois um bel-canto de Donizetti, o verismo da ‘Tosca’, passamos por um concerto de música clássica barroca, culminando com essa obra maravilhosa do Claudio Santoro que foi uma descoberta, porque é a primeira vez que se fez a partitura inteira, completa, restaurada, da maneira que ele pensou. Um repertório muito eclético de títulos, todos eles com resultado de altíssimo nível artístico”, pontuou.

 

Na opinião do maestro Marcelo de Jesus, diretor artístico adjunto do FAO, essa edição marcou o retorno da excelência da parte técnica e artística do FAO. “Temos um secretário que conhece a fundo o Festival Amazonas de Ópera. Com isso, o FAO adquiriu outra linha de comunicação, mais aberta e direta, com entendimento por todas as partes”, comentou.

 

Programação Paralela – A programação paralela levou o FAO para mais próximo de parte da população que não tem tanto acesso ao evento. Com o projeto “Ópera Mirim”, o FAO marcou presença em escolas, hospitais infantis e nos municípios de Santa Isabel do Rio Negro e Benjamin Constant. Nesse último, o espetáculo “O menino e os sortilégios”, de Ravel, feito com marionetes pelos artistas do Pequeno Teatro do Mundo, foi apresentando em uma comunidade indígena.

 

“Mulheres da Ópera” destacou a presença feminina no universo operístico, com apresentações em centros culturais, escolas, hospitais e casa de apoio a idoso.

 

O Teatro da Instalação foi palco para o tradicional “Concerto do Dia das Mães” e para o Recital Bradesco, que esse ano apresentou as “Canções de amor de Claudio Santoro”.

 

Programação acadêmica – O FAO contou ainda com uma programação acadêmica que ofertou “Vivências de Regência de Ópera” para alunos de regência da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), que tiveram a oportunidade de vivenciar o dia a dia de um regente e o contato com a profissão de forma prática; e o “Jovens Mídias” por meio do qual estudantes do Ensino Médio tiveram acesso aos bastidores do festival para produzir conteúdo para plataformas digitais.

 

Economia criativa – Com o encontro “Os Teatros de Ópera e a Economia Criativa na América Latina”, o FAO reuniu representantes do segmento para reforçar a importância do mercado operístico para a economia. A reunião, que aconteceu no Centro Cultural Palácio da Justiça, também foi marcada pelo anúncio do investimento de mais de R$ 2 milhões para a Atualização Tecnológica do Sistema de Combate à Incêndio do Teatro Amazonas.

 

Participaram do encontro, que foi mediado pelo diretor artístico do FAO, maestro Luiz Fernando Malheiro, o secretário estadual de cultura, Marcos Apolo Muniz; o secretário especial de Cultura do Ministério da Cidadania, Henrique Medeiros Pires; a diretora executiva do FAO, Flávia Furtado; a chefe do Departamento de Economia Criativa do BID, Trinidad Zaldivar; a diretora administrativa da Ópera Latinoamérica, Paulina Ricciardi; o diretor executivo da Ópera da Colômbia, René Coronado; e o presidente da Academia Brasileira de Música, João Guilherme Ripper.

 

Acordo Brasil e OLA – Dentro da programação do FAO 2019, o governo brasileiro, por meio da Secretaria Especial da Cultura do Ministério da Cidadania, assinou acordo com a Ópera Latinoamérica (OLA), cujo objetivo é a convergência de esforços de ambas as instituições para o fomento e intercâmbio de montagens de ópera na região latino-americana. A assinatura aconteceu no Salão Nobre do Teatro Amazonas, no dia 26 de maio, com a presença de diversas autoridades.

 

“É um verdadeiro marco. É uma grande vitória para a indústria da ópera no Brasil. As próximas ações serão sensibilizar o governo federal, e, cada vez mais, inspirar outros estados para que sigam os nossos passos, porque o desenvolvimento sustentável é um caminho sem volta. E o FAO é sinônimo de desenvolvimento sustentável, porque criamos empregos sem poluir e destruir a natureza, usando um insumo que não acaba nunca, que é a arte”, disse a diretora executiva do FAO, Flávia Furtado.

 

Público – Para o advogado Guilherme Almeida, que assistiu a três óperas durante o FAO, poder assistir produções como as apresentadas no palco do Teatro Amazonas é inigualável. “Eu sou apreciador de música, então sempre faço questão de vir ao festival. Esse ano a gente notou uma preocupação maior da organização em acolher todos os públicos. Hoje vim assistir ‘Alma’, que achei muito bonita, mas também trouxe meu filho para a Ópera Mirim. Se ano que vem for parecido, virei prestigiar novamente, com certeza”, comentou.

 

Já a turista carioca Juliana Mendes disse estar encantada com o nível de produção apresentado durante o FAO. “Sou atriz, então pude perceber o cuidado da produção por trás de cada detalhe. Estou simplesmente encantada com o cenário de ‘Alma’, mas pesquisei na internet e vi fotos dos outros espetáculos. Que coisa mais linda! É um nível técnico que a gente se surpreende de verdade. Vou voltar ano que vem”, ressaltou.

 

FAO 2020 – O maestro Malheiro fala sobre a expectativa para o 23º FAO, que acontecerá de 18 de abril a 7 de junho de 2020 e terá como homenageado o compositor alemão Ludwig van Beethoven (1770-1827), em comemoração aos seus 250 anos de nascimento.

 

“Ano que vem teremos títulos também ambiciosos: ‘Peter Grimes’, de Benjamin Britten, uma obra do século 20, que tem uma série de dificuldades musicais, cênicas, vocais, desse compositor inglês que ainda não montamos no FAO; ‘Fidelio’, de Beethoven, no ano em que todas as orquestras estarão fazendo as obras dele, tanto sinfônica quanto ‘Fidelio’, que é a única ópera que ele escreveu, um clássico do repertório que o FAO ainda não apresentou; e ‘Attila’, de Verdi, uma ópera do primeiro período de composição dele,  também nunca feita aqui em Manaus”, comentou.

 

O diretor afirma, ainda, que dará continuidade ao “Laboratório de Ópera Barroca”, aumentando o desafio do projeto. “Faremos uma ópera barroca longa, ‘Armide’, de Jean Baptiste Lully, dentro do Laboratório de Ópera Barroca. Vamos enfrentar um desafio com essa obra, uma ópera longa, com muitas dificuldades diferentes”.

 

Malheiro destaca as parcerias que estão sendo alinhadas para 2020. “Estamos fazendo parcerias com os outros teatros da Ópera Latinoamérica (OLA) e, na obra de Verdi, estamos alinhando com o Festival Verdi de Parma, na Itália, que é o maior festival dedicado a Verdi”, adianta.

 

Sobre o Bradesco Cultura – Com centenas de projetos patrocinados anualmente, o Bradesco acredita que a cultura é um agente transformador da sociedade. O Banco apoia iniciativas que contribuem para a sustentabilidade de manifestações culturais que acontecem de norte a sul do país, reforçando o seu compromisso com a democratização da arte.

 

São eventos regionais, feiras, exposições, centros culturais, orquestras, musicais e muitos outros, além do Teatro Bradesco em São Paulo. Fazem parte do calendário 2019 atrações como o musical “O Fantasma da Ópera” e o Natal do Bradesco, em Curitiba.

 

FAO EM NÚMEROS

5 Espetáculos inéditos;

7 Atividades na programação paralela;

29 Espetáculos apresentados;

127 Técnicos participantes;

4 Apresentações no interior;

25 Apresentações na capital;

676 Empregos diretos;

437 Artistas envolvidos;

35 Alunos participantes;

9 Artistas internacionais;

12.000 Pessoas beneficiadas;

5 Espetáculos transmitidos pela TV Cultura do Amazonas;

16 Espetáculos inclusivos;

9 Apresentações do “Ópera Mirim”

5 Apresentações do “Mulheres da Ópera”.

 

FOTOS: Michael Dantas/SEC

Assessoria de Imprensa - Secretaria de Estado de Cultura: (92) 98834-8152

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