De ação solidária a conscientização, iniciativas acadêmicas e sociais são destaque
Ensinar e transformar vidas. Estas, entre outras tantas, são algumas das principais funções do pedagogo, profissão homenageada nesta segunda-feira (20/05) – data em que é celebrado, nacionalmente, o Dia do Pedagogo. Atualmente, o Amazonas conta com 1.081 profissionais da área atuando pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc-AM).
Dentre eles está Israel Ruben Castelo Branco, que atua na Escola Estadual Amaturá, no município de Amaturá, localizado a 909 quilômetros de Manaus, na região do Alto Solimões. Há dois anos trabalhando na unidade de ensino do interior, o pedagogo já desenvolveu diversos projetos de cunho acadêmico e social, ao lado dos professores e alunos da instituição. O mais recente deles, intitulado “Escola além dos muros”, resultou na doação de cestas básicas para famílias de Amaturá.
A ideia do projeto, segundo ele, partiu dos próprios estudantes e do educador Sandro Catique, durante uma aula de História. “Nossos alunos do 9º ano estavam estudando desigualdade social, miséria e fome. A partir daí, eles passaram a discutir sobre a nossa localidade, uma das mais carentes e de menor Índice de Desenvolvimento Humano do Amazonas”, contou Israel.
“Após a discussão, eles vieram com a ideia de arrecadar alimentos para famílias humildes de nosso município. Nós abraçamos a iniciativa, estruturamos um projeto e o levamos até o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), onde indicaram duas famílias que estavam passando por muitas dificuldades”, completou.
Ao todo, 60 estudantes se mobilizaram, juntamente com seus familiares, para montar duas cestas básicas de grande volume para serem entregues às famílias. “Além da pobreza, aqui os preços desses alimentos são muito altos, bem mais que na capital. Muitas pessoas não têm condições de adquirir alguns itens”, revelou o pedagogo.
Com o sucesso, Israel pretende ampliar o projeto a outras turmas e integrá-lo ao calendário de atividades da escola. “Iniciativas como essa são importantes pois preparam os alunos para as demandas sociais. O olhar que eles vão ter para carência, preservação do meio ambiente, desperdício de alimento, generosidade e outras questões da nossa sociedade será diferente. Isso cria um pensamento coletivo de comunidade e união, características que temos perdido nos últimos tempos”.
Outros projetos – O “Escola além dos muros” não é o único projeto desenvolvido na Escola Estadual Amaturá. Ao longo da sua curta e promissora trajetória, Israel Ruben Castelo Branco esteve envolvido em outras iniciativas na unidade de ensino. Uma delas foi o projeto “Cidadania”, criado em parceria com a Polícia Militar (PM).
“Realizamos diversas palestras voltadas à orientação do combate às drogas e à marginalidade. Também fizemos uma revista coletiva nas redondezas da instituição”, destacou o pedagogo. “A atividade passou uma sensação muito boa de tranquilidade, organização e participação. Os resultados foram bastante positivos, pois inibimos ações de pessoas que quisessem, talvez, implantar o tráfico dentro do ambiente escolar”, pontuou.
Outro programa da escola é o “Uso do lúdico no ensino da Matemática”, por meio do qual os estudantes realizam competições envolvendo operações e modalidades da área de Exatas. “Esse projeto tem sido uma grande oportunidade porque, além da aquisição de conhecimento, os alunos estão tendo uma nova visão sobre a Matemática, a Física e as ciências exatas. Eles aprendem de maneira divertida e socializando entre si”, explicou Israel.
Meditação – Outra aliada de Israel Ruben Castelo Branco na formação dos estudantes de Amaturá tem sido a meditação. O pedagogo se utiliza da prática ‘zen’ para ajudar os alunos a lidar com agressividade e impulsividade.
“A receptividade de nossos estudantes [a esses projetos] é muito boa. Eles se envolvem e participam bastante, desde a elaboração ao planejamento de cada programa. Nossa meta, agora, é fortalecer essas iniciativas existentes e elaborar novas que possam integrar a comunidade e a escola. Por isso nomeamos um dos projetos de ‘Escola além dos muros’, pois essa é nossa ideia de escola: que ela faça parte da comunidade e que haja essa integração entre alunos, professores e moradores de Amaturá”.
Importância da profissão – Mesmo com as dificuldades do dia a dia, principalmente as logísticas, Israel Ruben Castelo Branco vê com bons olhos o futuro da Pedagogia.
“Acredito que, com o tempo, o pedagogo vá ganhar uma dimensão ainda maior, devido à importância elencada no Plano Nacional de Educação e na Base Nacional Comum Curricular. Vejo um aperfeiçoamento nas práticas pedagógicas e na elaboração de diversos roteiros de procedimentos que ‘darão um norte’ a muitos profissionais que estão saindo da universidade e ainda não tiveram a oportunidade de vivenciar, na prática, o que é ser um pedagogo”, ressaltou.
De acordo com ele, é justamente esse ‘olhar macro’ que corrobora com a importância da profissão. “O pedagogo possui essa visão de todo o processo de ensino e aprendizagem. Por meio da supervisão, orientação e colaboração dos professores e alunos, ele pode delinear todas as estruturas da Educação em um só projeto, e formular um padrão, uma filosofia de escola, articulando-se para um propósito único, que é a formação plena de nossos estudantes”, finalizou.
FOTOS: Divulgação/Seduc-AM
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