Representantes de sete municípios amazonenses estão participando, nesta quarta (8/5) e quinta-feira (9/5), do Seminário Mobilizar e Agir, uma realização do Instituto de Assistência à Criança e ao Adolescente Santo Antônio (Iacas), entidade filiada à Rede ECPAT Brasil (sigla em inglês para Fim da Prostituição e do Tráfico de Crianças para Fins Sexuais). Realizado no auditório da Secretária de Estado de Assistência Social (Seas), o evento tem como público-alvo técnicos e colaboradores da rede de proteção à criança e ao adolescente.
Ao participar da mesa de abertura do Seminário, a secretária executiva da Seas, Branca Pinheiro, destacou o trabalho realizado pela coordenadora do Iacas, Amanda Ferreira, no sentido de abrir um espaço de debates e reflexões com os municípios para fortalecer a rede de proteção a crianças e adolescentes em situação de violência sexual.
“É de suma importância sensibilizar e mostrar aos gestores estaduais e municipais sua responsabilidade no fortalecimento das políticas de proteção à criança e ao adolescente”, declarou a secretária executiva.
Branca Pinheiro disse que não é favor, e sim obrigação fortalecer essa rede, e a Seas tem tido esse sentimento. “Enquanto estivermos à frente desse trabalho, vamos procurar fazer nossa obrigação, por entender que crianças e adolescentes estão sendo exploradas sexualmente, violadas em seus direitos, e é preciso fortalecer essa rede de proteção”, garantiu ela, ressaltando a importância de sensibilizar a população de como proteger as crianças e adolescentes.
Amanda Ferreira, coordenadora do Iacas, destacou que o seminário faz parte do encerramento do Mobilizar e Agir, que está sendo realizado em Atalaia do Norte, Benjamin Constant e Tabatinga, três municípios de fronteira; e em Iranduba, Manacapuru, Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo, da região Metropolitana de Manaus.
Iniciado em setembro de 2018, o projeto é realizado em parceria com o Ministério Público do Trabalho, o Comitê de Enfrentamento a Violência Sexual e o Fórum Peti. “O objetivo do projeto foi tratar sobre a mobilização e articulação dos agentes de proteção de crianças e adolescentes para o enfrentamento das violências como um todo, com ênfase na sexual. E, ao mesmo tempo, discutir a violação de direitos como abandono, maus tratos, negligência, tortura, tráfico de crianças com finalidade sexual”, sintetizou.
Uma das participantes do evento, Dirlene Carvalho, do município de Tabatinga, disse ter participado de todas as etapas do projeto do Iacas que está levando aos municípios conhecimentos sobre a forma de trabalhar entre redes.
“Até então a gente achava que não existiam tantas demandas com relação a abuso sexual e violência contra crianças e adolescentes” disse, ressaltando que as oficinas levaram muitas informações para os municípios – em especial Tabatinga, que tem muitos casos de violência, com crianças de 4, 6 anos de idade sofrendo abuso dentro da própria casa, por pais, irmãos.
O assistente social do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) de Atalaia do Norte, Odemario Nogueira, disse que as oficinas realizadas pelo Iacas são de extrema relevância para quem trabalha com crianças e adolescentes.
“Nosso município tem interesse nessas oficinas para que sejam trabalhadas nas políticas sociais, de saúde e educação”, afirmou, informando já houve registro de abuso sexual de criança dentro de hospital por enfermeiro em Atalaia do Norte. “Mas a grande incidência de violação acontece no Alto Solimões, principalmente na tríplice fronteira – Colômbia, Peru e Brasil”, completou.
FOTOS: Jander Souza/Seas
Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado da Assistência Social (Seas):
Tânia Brandão (99100-8440).