Ópera, que teve estreia nacional no Teatro Amazonas, volta a ser apresentada na sexta-feira (10/5) e no domingo (12/5)
A história de “Maria Stuarda” – rainha da Escócia que é obrigada a se refugiar na Inglaterra e acaba se tornando prisioneira de sua prima, a rainha Elizabeth – conquistou o público que lotou o Teatro Amazonas, no último domingo (5/5), para assistir à estreia nacional da ópera de Gaetano Donizetti. O espetáculo faz parte da programação do 22º Festival Amazonas de Ópera (FAO), em Manaus, e volta a ser apresentado na próxima sexta-feira (10/5), às 20h, e no domingo (12/5), às 19h, no Teatro Amazonas.
O FAO é realizado pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (SEC), com patrocínio master do Bradesco, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cidadania e Secretaria Especial de Cultura. A abertura foi no dia 26 de abril, e o evento segue com apresentações de ópera, recitais e concertos até 30 de maio.
A história de “Maria Stuarda” se passa na Inglaterra de 1587. Presa a mando de Elizabeth (Tatiana Carlos), Maria (Cristina Giannelli) conta com a ajuda de Roberto (Paulo Mandarino), conde de Leicester, para tentar se salvar. Mas Elizabeth é apaixonada por Roberto e ele, por sua vez, ama Maria, o que aumenta a rivalidade entre as duas monarcas.
Na esperança de ver a amada em liberdade, Roberto convence Maria a pedir perdão a Elizabeth. No encontro entre as rainhas – que nunca aconteceu na história real – Maria chega a se humilhar ao implorar o perdão de Elizabeth. Frente à hostilidade da regente, Maria a chama de filha impura de (Ana) Bolena e meretriz indigna, despertando a ira de Elizabeth, que declara a sua sentença de morte.
Para ambientar a batalha entre as rainhas, toda a cênica se passa sobre um enorme tabuleiro de xadrez, onde, assim como no jogo, cada movimento gera uma consequência.
O elenco conta ainda com a soprano Dhijana Nobre, que vive Anna Kennedy, dama de companhia e amiga de Maria; o barítono Fred Oliveira, como o Lord Cecil, que aconselha a rainha a executar sua prima; e o baixo Pepes do Valle, como conde Talbot, um dos que esperam que Elizabeth perdoe Maria.
Com três horas de duração, “Maria Stuarda” é apresentada pela Amazonas Filarmônica, Coral do Amazonas e Núcleo de Teatro do Liceu de Artes e Ofícios Claudio Santoro, com direção musical e regência do maestro Marcelo de Jesus.
Público – O goiano Lucas Henrique, estudante de Medicina de 24 anos, disse que a ópera o conquistou logo no primeiro ato. “A peça conseguiu me tocar já no primeiro ato, tive alguns arrepios. É uma história bem marcante. Gostei do contexto, dessa licença poética, já que nunca houve o encontro das duas rainhas na história. Isso torna a ópera ainda mais interessante”, comentou.
As amigas Rafaela Drumond, 20, e Amanda Andrade, 21, assistiram, pela primeira vez, a uma ópera e se encantaram. “Estou achando lindo. É incrível como eles passam uma emoção, com a voz, com a expressão, com a música. Estou amando a história das rainhas”, disse Rafaela.
“Nunca tinha assistido a uma ópera. Imaginava que seria um teatro com música, mas é diferente. Eu gostei bastante”, comentou Amanda.
O secretário estadual de Cultura, Marcos Apolo Muniz, ressaltou a participação do público. “Segunda estreia e, mais uma vez, com ingressos esgotados. Manaus ama ópera, o público sempre prestigia nossos espetáculos, nossos artistas”, pontuou.
Outras estreias – Além da estreia de “Maria Stuarda”, a noite proporcionou outros débuts. Foi o caso da soprano Tatiana Carlos, que fez sua estreia no palco do Teatro Amazonas. “Foi uma das melhores experiências da minha vida. São muitos sentimentos no momento. Poder fazer parte de um elenco desse nível é muito emocionante, ainda mais com um papel tão importante, forte e dramático”, observou a intérprete da rainha Elizabeth. “Eu me joguei nesse personagem, entrei de cabeça, entrega total, mas valeu a pena, foi incrível”.
O renomado diretor italiano Davide Garattini Raimondi, diretor cênico de “Maria Stuarda”, falou da emoção de estar, pela primeira vez, no Teatro Amazonas. “Este teatro é fantástico. Quando entrei e vi essa plateia, pensei: ‘Ele existe!’. É muito emocionante estar aqui”, afirmou.
Davide ressaltou o trabalho realizado com as alunas do Núcleo de Teatro do Liceu de Artes e Ofícios Claudio Santoro (administrado pela Secretaria de Cultura), que participam do espetáculo representando as visões de Maria, que a faz parecer várias pessoas, para tormento de Elizabeth. “O trabalho está sendo muito positivo, porque elas são muito profissionais e estão sempre dispostas a aprender. Fazem o que orientamos, o que é necessário para a cena. É uma troca criativa”, observou.
Mayara Cabral, 21 anos, é uma das alunas do Liceu e fala da oportunidade de fazer parte da montagem. “É minha primeira vez no FAO, primeira apresentação no Teatro Amazonas. Estou em lágrimas, muito nervosa, mas muito feliz pela oportunidade de estar em contato com profissionais maravilhosos, nacionais e internacionais”, relatou. “É enriquecedor, porque temos contato também com vários idiomas: espanhol, inglês, italiano. É uma loucura, mas a gente fala uma língua maior, que é a teatral, e assim nos entendemos bem”, pontuou.
Elenco – Diretor musical e regente de “Maria Stuarda”, o maestro Marcelo de Jesus destaca a qualidade do elenco. “Uma marca do FAO é que, ao montar o elenco, a gente pensa em equilíbrio, um elenco que possibilite uma troca de energias também. Precisávamos de uma Maria Stuarda com um entendimento do papel, e Cristina Giannelli domina, pois já fez quatro vezes essa personagem, que é muito difícil. Para fazer o contraponto a ela, temos Tatiana Carlos, uma jovem talentosíssima que, com certeza será uma das grandes cantoras do país”, observou. “Esse contraponto cria uma relação de ajuda e de troca de energia”, pontuou.
Marcelo também ressaltou a identificação do público. “Muito bonito ver o público lotando o teatro. ‘Maria Stuarda’ é uma ópera com temática que tem um peso histórico, e Manaus sempre nos surpreende com esse público, que é consumidor de ópera. Isso me deixa muito feliz”, disse. “É um público que foi formado ao longo desses anos de realização do FAO e que também se renova a cada ano”, destacou.
Sobre o 22º FAO – Em 2019, o FAO celebra o centenário de nascimento de Claudio Santoro com a apresentação da ópera “Alma”, do compositor e maestro amazonense. Também estão na programação “Ernani”, de Giuseppe Verdi; “Maria Stuarda”, de Gaetano Donizetti; “Tosca”, de Giacomo Puccini; e “Mater Dolorosa”, baseada na cantata “Stabat Mater Dolorosa”, de Giovanni Pergolesi.
Os ingressos para o FAO 2019 estão à venda na bilheteria do Teatro Amazonas e pelo site Bilheteria Digital (www.bilheteriadigital.com/teatroamazonas), com valores que vão de R$ 2,50 a R$ 60.
A programação do festival abrange ainda o Recital Bradesco, com canções compostas por Claudio Santoro; o projeto “Ópera Mirim”; o encontro “Os Teatros de Ópera e a Economia Criativa na América Latina”, voltado para apresentar dados e casos de sucesso sobre a Indústria da Ópera na América Latina; o concerto do Dia das Mães; e Mulheres da Ópera.
Sobre o Bradesco Cultura – Com centenas de projetos patrocinados anualmente, o Bradesco acredita que a cultura é um agente transformador da sociedade. O Banco apoia iniciativas que contribuem para a sustentabilidade de manifestações culturais que acontecem de norte a sul do país, reforçando o seu compromisso com a democratização da arte. São eventos regionais, feiras, exposições, centros culturais, orquestras, musicais e muitos outros, além do Teatro Bradesco em São Paulo.
Em 2019, estão previstas diversas atrações como o espetáculo “OVO”, do Cirque du Soleil, os festivais de Parintins e Tiradentes, as festas juninas de São João do Caruaru e Campina Grande e o Natal do Bradesco, em Curitiba. Segue em cartaz “O Fantasma da Ópera”.
Ficha Técnica
“Maria Stuarda”
Elisabetta, Regina d’Inghilterra – Tatiana Carlos, soprano
Maria Stuarda, Regina di Scozia – Cristina Giannelli, soprano
Anna Kennedy, Nutrice di Maria – Dhijana Nobre, soprano
Roberto, Conte di Leicester – Paulo Mandarino, tenor
Lord Guglielmo Cecil, Gran Tesitore – Fred Oliveira, barítono
Giorgio Talbot, Conte di Shrewsbury – Pepes Do Valle, baixo
Corpos artísticos:
Núcleo de Teatro do Liceu De Artes e Ofícios Claudio Santoro
Coral do Amazonas
Amazonas Filarmônica
Direção Musical e Regência: Marcelo de Jesus
Direção Cênica: Davide Garattini Raimondi
Cenários: Giorgia Massetani
Figurinos: Fábio Namatame
Desenho de Luz: Fábio Retti
Serviço: Reapresentações do espetáculo “Maria Stuarda”
Data/hora: Sexta-feira (10/5), às 20h; e domingo (12/5), às 19h
Local: Teatro Amazonas, avenida Eduardo Ribeiro, 659, Centro
Entrada: Ingressos com valores de R$ 2,50 a R$ 60, à venda na bilheteria do Teatro Amazonas e pelo site www.bilheteriadigital.com/teatroamazonas
Classificação indicativa: Livre
Para mais informações sobre essas e outras ações, projetos e atividades desenvolvidas pela Secretaria de Estado de Cultura, acesse o Portal da Cultura (www.cultura.am.gov.br). Confira também os perfis do órgão no Facebook, Twitter e Instagram - culturadoam.
FOTOS: Michael Dantas/SEC
Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Cultura:
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