Com o objetivo de conhecer as diversas realidades da produção rural no Amazonas, a Secretaria de Estado da Produção Rural e Sustentabilidade (Sepror) realizou, nesta quinta-feira (25/4), o “Dia no Campo”. Participaram da ação o titular da pasta, Petrucio Magalhães Júnior, e servidores do Sistema Sepror, além de representantes de órgãos e instituições de ensino e pesquisa envolvidos com o setor primário. O alvo da iniciativa foi o Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS-Cachoeira), no ramal da Cachoeira, em Iranduba, Região Metropolitana de Manaus.
“É uma determinação do governador Wilson Lima que nós do governo dialoguemos com o cidadão e com o agricultor. Isso nós estamos fazendo desde o começo, saindo do escritório e trazendo todas as entidades parceiras”, assinalou o secretário da Produção Rural.
O PDS Cachoeira, conhecido como Nova Catalão, abriga 72 famílias que foram assentadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), todas com uma história em comum: a comunidade rural em que viviam, Comunidade do Catalão, em Iranduba, desapareceu. Isso se deu quando as terras onde ficavam as casas, por conta do fenômeno conhecido como “terras caídas”, desbarrancaram e foram levadas pelas águas do rio Solimões.
Há dois anos, os moradores começaram a ser assentados no novo local, porém enfrentam problemas estruturais, como a falta de poços de água, escola, posto de saúde e moradia. “Vamos iniciar uma nova página na construção de uma agricultura familiar sustentável, que possa gerar trabalho, renda e dignidade para essas pessoas”, afirmou Petrucio.
Agricultura familiar – Os moradores, que já eram agricultores familiares, agora querem a ampliação da área para a produção de hortaliças, uma vez que estão impedidos de usar 80% da área ocupada que, por lei, deve ser preservada como Reserva Legal.
“Viemos de comunidade ribeirinha e aqui não podemos cultivar. Precisamos de mais áreas para o plantio”, ressaltou a presidente da Associação dos Produtores de Orgânicos de Iranduba (Apoi), Walda Marina Santos.
Eles pediram apoio no escoamento da produção, já que para eles é dispendioso transportar os produtos para comercialização nas feiras da Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS), em Manaus. Além disso, estão enfrentando problemas de sanidade vegetal.
“Nosso carro-chefe era a couve, mas a produção caiu 70% por conta de um problema que está apodrecendo toda a plantação”, afirmou a presidente da Associação do PDS-Cachoeira, Maria de Fátima. O pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Márcio Garcia, esteve no local, avaliou algumas plantas e recolheu exemplares para análise.
Outro que participou do “Dia no Campo”, o superintendente Federal da Agricultura (SFA/Mapa), Guilherme Pessoa, comprometeu-se a enviar uma equipe ao assentamento. “Vou pedir a uma equipe para vir aqui, verificar a questão agrícola, escola, moradia, tudo, e encaminhar para o Ministério da Agricultura, em Brasília,” garantiu ele.
O secretário da Sepror instruiu os associados a oficializar os pedidos na unidade local do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), e garantiu que vai dar celeridade às demandas solicitadas.
Participaram da visita ainda o diretor técnico do Idam, José Milton; o assessor técnico da Sepror, Luiz Otávio; o gerente de Sanidade Vegetal da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf), Luiz Fernando; e o presidente da Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetagri), Milton Soares.
FOTOS: Emerson Martins / Sepror
Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado de Produção Rural e Sustentabilidade (Sepror):
Mayana Tomaz (98121-5632).