Começou esta semana o processo de implantação do programa Regula+Brasil no Amazonas, uma parceria de Ministério da Saúde, Governo do Estado e prefeituras, com a finalidade de fortalecer o atendimento de saúde na Atenção Básica e reduzir o tempo de espera na Atenção Especializada. Desde segunda-feira (8/4), a equipe do Hospital Sírio Libanês (HSL), responsável pelo projeto, está em Manaus realizando um diagnóstico situacional da rede de saúde, visitando unidades na capital e no interior e também a Central de Regulação, da Secretaria de Estado de Saúde (Susam).
A expectativa da equipe é de que, quando o Regula+Brasil estiver funcionando, a fila de espera no Sistema de Regulação (Sisreg) se reduza em até 70%. A meta foi anunciada pela equipe do HSL, na última quarta-feira (10/4), em encontro na sede do governo com o vice-governador, Carlos Almeida, e o secretário Estadual de Saúde, Rodrigo Tobias.
Na ocasião, foi acertado para o final do mês de abril a assinatura do termo de cooperação entre o Ministério da Saúde, o HSL e as secretarias de Saúde do Estado (Susam) e do Município (Semsa). As ações devem iniciar com um workshop para capacitação dos profissionais de saúde sobre o sistema, de 22 a 24 de maio.
O Amazonas é o quinto estado, além de Minas Gerais, Distrito Federal, Rio Grande do Sul e Alagoas a implantar o Regula+Brasil, uma ação do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS).
Segundo Carlos Almeida, o Regula+Brasil está chegando ao Amazonas em um momento oportuno, uma vez que o Governo do Estado está ampliando a oferta de atendimentos na sua rede de saúde, ao colocar o Hospital e Pronto-Socorro da Zona Norte para funcionar com a capacidade plena.
“São ações coordenadas, que se complementam. O Regula+Brasil, qualificando melhor as demandas e reduzindo as filas, e o Governo do Amazonas, na outra ponta, aumentando a oferta dos procedimentos. Certamente será um ganho imensurável para a população”, avalia.
O secretário estadual de Saúde, Rodrigo Tobias, disse que a implantação do Regula+Brasil no estado sinaliza para novos tempos. “Estamos num movimento para melhorar e integrar nossos processos e sistemas. São várias ações que vão nos ajudar a fazer uma saúde mais eficiente para o usuário do SUS. Quando se trabalha integrado, atenção básica com a média e alta complexidade, otimizam-se recursos. Essa é a proposta do Regula+Brasil”.
De acordo com a coordenadora estadual de regulação, Lyana Portela, por essa falta de integração, muitos encaminhamentos feitos na atenção básica poderiam ser atendidos lá mesmo. “O Regula+Brasil ajuda a identificar se essa demanda é para a atenção especializada ou para a atenção básica”, disse.
“É muito boa essa integração que o SUS nos promove, no sentido de até mesmo fortalecer a integralidade, a acessibilidade, mesmo que a gente tenha que respeitar o princípio da regionalização”, ressaltou a secretária executiva de Atenção Especializada da Capital (SEA-Capital), Dayana Mejia, sobre a iniciação do projeto Regula+Brasil.
Conforme o secretário adjunto do Interior (SEA Interior), da Susam, Cássio Espírito Santo, o Sisreg, com o passar do tempo, foi acumulando pessoas na fila para exames, cirurgias e consultas especializadas, por conta da baixa oferta de alguns serviços, o que afeta o Estado como um todo. “Hoje a gente precisa sanear essas filas, que é saber se essas pessoas ainda precisam, se elas já resolveram, se por acaso mudaram de Estado ou cidade, por algum motivo ou se, em virtude da demora, foram a óbito”, expôs.
Como funciona – O Regula+Brasil é um sistema por meio do qual um núcleo de regulação remota avalia, com base em protocolos, os encaminhamentos para atendimento especializado feitos via Sisreg pelos médicos da Unidade Básica de Saúde (UBS). Esses profissionais, de forma integrada a uma rede de Telemedicina e com base em protocolos, avaliam o caso do paciente com o objetivo de acelerar o processo de direcionamento aos ambulatórios especializados. No encaminhamento, os médicos já indicam a prioridade do caso dentro de uma escala que vai de um a quatro, de acordo com a gravidade.
A medida vai evitar que o paciente seja encaminhado de forma desnecessária a especialistas, além de reduzir filas de espera no atendimento. A ação aumenta ainda a taxa de resolução na própria unidade de saúde, e ajuda a capacitar os médicos das UBS a partir da discussão de casos.
O coordenador de inovação e tecnologia do HSL, Cesar Biselli, explicou que o Amazonas será a maior região alcançada pelo programa, uma vez que não vai se restringir à capital.
“O maior impacto que a gente espera desse projeto é reduzir os tamanhos das filas de espera, reduzir o tempo do usuário na fila de espera, ao mesmo tempo ajudar a qualificar melhor os encaminhamentos, priorizando os pacientes mais graves para que esses tenham o atendimento mais rápido, e ajudando o médico da UBS a ter um canal disponível de 0800 para discussão de casos”, pontuou Cesar Biselli.
Segundo o coordenador de Telessaúde DF/HSL, Rodrigo Souza, a visita ao Amazonas é para realizar um diagnóstico situacional em relação ao funcionamento da rede de saúde, já que o Regula+Brasil permeia as áreas de atenção primária, secundária e regulação. Na segunda e terça-feira (8 e 9/4), a equipe do projeto visitou a Susam, o Complexo Regulador e o projeto de Telessaúde da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
A programação da equipe seguiu na quarta-feira (10/4) com visita a unidades de saúde da capital e interior, finalizando nos dois últimos dias com as definições para o workshop que será realizado em maio para médicos da família e reguladores.
“A gente vem trazendo a proposta de regular até 11 especialidades. Começamos com duas a quatro neste primeiro momento, e após esse período, a consolidação delas, a gente vai ampliar esse número”, afirmou o médico da família e consultor do HSL, Marcus Zuanazzi.
FOTOS: Claudio Heitor / Secom (Vice-governador) e Geisyara Brandão / Susam (visita à Central de Regulação)
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