A ciência na prática e o cuidado com a comunidade a partir da escola. Essa é a vivência dos alunos que participaram do projeto “Assoreamento de igarapé em área urbana”, uma iniciativa para ajudar a cuidar e preservar o igarapé localizado nas imediações da Escola Estadual Deputado Josué Cláudio de Souza, no bairro Coroado, na zona leste de Manaus.
O projeto envolveu cerca de 30 alunos da 1ª série do ensino médio e os comunitários do entorno da escola, num processo de ensino-aprendizagem. O objetivo é ajudar a preservar as margens do igarapé e evitar que ele sofra assoreamento por ação da erosão ou mesmo pelo lixo despejado pela população. Desenvolvida pela professora Rejane Ferreira da Silva, a ideia surgiu a partir do interesse em trazer a questão da poluição do igarapé que corre em frente à escola para as temáticas abordadas nas aulas de Geografia.
“É muito importante focar num tema diretamente presente na vida deles, porque eles passam a entender os efeitos e consequencias da ação no meio ambiente de forma direta, como as alagações ou inundações nos períodos chuvosos, por exemplo. O igarapé é um elemento que faz parte da comunidade e da paisagem que os alunos percorrem diariamente, seja de casa para a escola ou vice-versa”, explicou a professora.
Para o aluno Fernando Wandemberg Cordovil Bruno, 16, participar do projeto permitiu vivenciar na prática aquilo que aprendeu em sala aula. “Foi muito proveitoso fazer contato com a comunidade durante as entrevistas com os moradores e saber o que eles pensam e como olham o igarapé. Todo conhecimento adquirido vai ser muito útil para mim em várias matérias e enquanto morador do bairro”, destacou o estudante.
A iniciativa - O projeto faz parte do Programa Ciência na Escola, uma parceria entre a Secretaria de Estado de Educação (Seduc-AM) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), que patrocina iniciativas de iniciação científica para alunos da rede estadual com 4 bolsas por projeto para professores e alunos.
As atividades da iniciativa “Assoreamento de igarapé em área urbana” tiveram seis meses de duração e foram acompanhadas pela instituição desde o início das atividades, em junho de 2018. Agora, conforme explicado pela professora Rejane, a parceria deverá ser continuada com a comunidade.
“Muitos moradores expressaram bastante alegria em ver de fato uma iniciativa que visa conservar as margens do igarapé dentre outras finalidades, e evitar ou diminuir o despejo, por exemplo, de materiais de construção e lixo doméstico”, destacou Rejane, “A gente espera que esse incentivo ajude as pessoas a olharem o igarapé com mais carinho e cuidarem mais do bairro”, concluiu.
Ainda segundo a professora, a turma espera que os resultados venham depois de algum tempo, especificamente com relação à contenção das erosões. No futuro, a expectativa é que haja plantas frutíferas, que inclusive poderão ser consumidas pelos moradores.
Fotos: divulgação