Após quatro horas e meia de espera, artista exaltou vertentes da música brasileira durante 90 minutos.
Poucos artistas têm a capacidade de mudar o clima de um público contrariado. Durante show neste domingo (17), Pabllo Vittar provou ser capaz de animar uma plateia independente do clima. Após quatro horas e meia da abertura dos portões, a artista cantou ao vivo em meio a coreografias executadas com precisão e carisma.
Os portões foram abertos às 22h do sábado (16). Por volta da 1h da madrugada de domingo (17), os fãs já se mostravam impacientes ao vaiar a performance dos DJs programados para abrir a apresentação de Pabllo. Com sets que pouco cativaram o público, as vaias e os pedidos pela atração principal se tornaram mais frequentes com o passar do tempo - até que, às 2h30, Pabllo entrou no palco acompanhado de dançarinos e backing vocals.
O show faz parte da turnê “Não Para Não” em apoio ao segundo disco de Vittar, lançado em 2018. Assim como no primeiro álbum, “Vai Passar Mal”, a cantora demonstrou maestria ao unir elementos de ritmos brasileiros como o forró, carimbó e funk. O resultado é uma apresentação que exalta as brasilidades - muitas vezes consideradas marginalizadas - para as massas.
O setlist contou com grandes hits do primeiro disco, como “K.O.” - que levou Pabllo ao estrelato nacional -, “Vai Passar Mal” e “Na Sua Cara”, parceria com Anitta e o grupo eletrônico internacional Major Lazer.
Um dos destaques da apresentação foi a música “Não Vou Deitar” - um claro posicionamento político contra a homofobia no Brasil. Momentos antes das primeiras notas da faixa, Pabllo voltou a se posicionar contra o presidente Jair Bolsonaro ao dizer “Ele não, ele nunca”, fazendo alusão à campanha contra o líder do Executivo que tomou as ruas em 2018.
A frustração do público com a demora para o início do show diminuiu gradativamente enquanto Pabllo mostrava energia contagiante e conexão com os fãs, tocando as mãos do público e fazendo questão de devolver olhares e acenos.
Durante o show, Pabllo mostrou que tem treinado para uma carreira longeva que procura explicar às massas que a diversidade é algo a ser celebrada - e não temida.
Reportagem e Foto: Diego Toledano/G1 AM