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UNIVERSIDADE PARA TODOS OU UNIVERSIDADE PARA POUCOS?
05/02/2019 14:39 em Blogs & Colunas

Por: Renato Rodrigues:

Mestrando em Ciências Humanas, Especialista em Gestão de Talentos e Bacharel em Administração.

 

De acordo com o último levantamento do IBGE divulgado no final de 2017, somente 15,3% dos brasileiros possuíam o ensino superior completo, um número bem inferior se comparado com os países como Irlanda (39,7%), Austrália (41,3%), Coréia do Sul (41,7%), Japão (46,6%), Canadá (52,6%) e o país com maior índice de formados, a Rússia (53,5%).

 

Historicamente no Brasil, o acesso ao nível superior era dominado por uma seleto grupo abastado da sociedade que utilizavam-se da estrutura da Universidade Pública para perpetuar seu poder econômico. Do outro lado da sociedade estava a maioria da população sobrevivendo com as migalhas da educação, obrigada a se contentar em aprender à assinar o nome, e em alguns casos, realizar as quatro operações matemáticas. Ao consultar a memória nos lembramos que era muito raro ter algum parente diplomado, a classe trabalhadora foi domesticada a se contentar com essa triste realidade.

 

Nas últimas décadas ocorreram pequenas mudanças com a criação de mais universidades públicas, além da adoção de políticas governamentais que ampliaram o número de vagas e possibilidades do ingresso na tão sonhada faculdade. Já é possível olhar em volta e identificar algum amigo médico, engenheiro, professor, advogado, administrador entre outros profissionais. Cabe ressaltar que os benefícios para os portadores de diploma, estão além dos ganhos econômicos ou formação de mão-de-obra especializada, incide sobre a concepção do sujeito pensante, crítico, capaz de analisar os conflitos de interesses, os impactos sociais e ambientais. Quanto maior o número de habitantes com esse perfil consciente, participativo, conhecedor de seus direitos e deveres, maiores serão os ganhos para o país em todos os aspectos: Quando a sociedade destina o lixo doméstico e industrial corretamente, quem ganha é todo o meio ambiente. Quando um jovem é contratado por sua competência, as empresas ganham com a oxigenação, os familiares ganham por saber que o filho não ingressou para o mundo do crime. Sendo assim, cai a quantidade de pessoas no universo da delinquência e menor serão os índices de violência e homicídios. Com menos criminosos, reduz-se também a população carcerária, sobra recursos para aquisição de livros, e a rede de ganhos vai se multiplicando.

 

Uma breve pesquisa nos mostra que os países com os melhores índices de desenvolvimento humano - IDH, são aqueles onde a população tem a maior expectativa de vida, melhor renda e acesso à educação. Ao assistir o atual Ministro da Educação Ricardo Velez dizer que Ensino Superior é para elite da sociedade, fico extremamente preocupado com nosso futuro. A quem interessa essa política educacional? Qual a intenção com a construção de muros sociais?

 

Foto: Divulgação

*Redação: Blogjrnews.com

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