Número de óbitos vai aumentar segundo tenente Aihara. Em Cachoeira, 15 famílias que estavam ilhadas foram resgatadas com vida com auxílio de helicópteros.
“Como é um local de difícil acesso e precisamos de um maquinário especial para acessar essa estrutura e retirar essas vítimas, ainda não fechamos o número de óbitos. Mas esse número de óbitos, ele irá aumentar”, destacou ele..
Famílias achadas vivas
No bairro Cachoeira, 15 famílias que estavam ilhadas foram resgatadas pelos Bombeiros. Cerca de 60 pessoas estavam sem sinal de telefone e, por isso, não conseguiam contato. O resgate foi feito com auxílio de helicópteros. Centenas de pessoas seguem desaparecida
O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais retomou neste sábado (26) as buscas por sobreviventes da tragédia causada pelo rompimento de uma barragem da mineradora Vale em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Um ônibus foi encontrado com mortos na região próxima à barragem rompida, mas o número ainda não foi divulgado. "Ainda não fechamos o número de óbitos. Mas esse número irá aumentar”, disse o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros.
Neste sábado, 46 pessoas foram encontrados e encaminhados para unidades de saúde. Segundo Corpo de Bombeiros de MG, 299 pessoas seguem desaparecidas. A Vale divulgou em seu site uma lista com 265 nomes de funcionários com as quais ainda não foi conseguido contato.
Os trabalhos de buscas haviam sido interrompidos durante a madrugada. Até então, 189 pessoas foram resgatadas com vida, a maioria estava ilhada.
Vinte e três pessoas foram internadas em serviços de saúde de Belo Horizonte e de Brumadinho, sendo que duas delas já receberam altas.
As equipes de busca contam com 13 aeronaves: 5 do Corpo de Bombeiros de MG, 4 da Polícia Militar de MG, 2 da Polícia Civil de MG, 1 da FAB e 1 do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Além disso, os Bombeiros de São Paulo irão ajudar no trabalho. Quase 100 bombeiros foram enviados à área atingida, e a previsão é que o número de socorristas chegasse a 200.
O rompimento ocorreu no início da tarde de sexta-feira (25), na Mina Feijão. A Vale informou que uma barragem rompeu e fez outra transbordar. Um mar de lama destruiu casas da região. Rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade de Vila Ferteco. O acesso a Brumadinho pela rodovia BR-040 está bloqueado.
Antes de anunciar o resgate de novos sobreviventes, os bombeiros haviam informado na manhã deste sábado que os desaparecidos estimados estavam distribuídos da seguinte maneira:
Entre 100 e 150 pessoas na área administrativa que ficava nas proximidades da barragem que rompeu;
Aproximadamente 30 pessoas na região da Vila Vértico;
Aproximadamente 35 pessoas na pousada Nova Estância;
De 100 a 140 pessoas na região do Parque das Cachoeiras.
Parentes de pessoas com as quais não se consegue contato estão indo ao Instituto Médico Legal (IML), em Belo Horizonte, à procura de notícias de desaparecidos.
A Arquidiocese de Belo Horizonte começou a arrecadar roupas, alimentos e água para os atingidos pelo rompimento. Veja como ajudar.
No fim da noite de sexta, a Justiça de MG determinou o bloqueio de R$ 1 bilhão nas contas da Vale. Segundo decisão liminar do juiz Renan Chaves Carreira Machado, o bloqueio atende a um pedido do governo do estado de MG para "imediato e efetivo amparo às vítimas e redução das consequências" do desastre.
A Polícia Federal (PF) informou neste sábado que abriu um inquérito para apurar crime ambiental e contra a vida após rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho. Leia mais.
Entre outras medidas, a mineradora também fica obrigada a apresentar um relatório sobre as medidas já tomadas de ajuda às vítimas em até 48 horas.
O Instituto Inhotim, um dos principais destinos turísticos e culturais do estado, ficará fechado ao menos no sábado (26) e domingo (27), sem data definida para reabertura. O museu não foi atingido, mas funcionários e visitantes foram retirados do local por precaução.
Bombeiros carregam corpo resgatado em Brumadinho
Foto: Douglas Magno / AFP
Por Henrique Coelho, G1 Minas