Defensoria Pública do Estado iniciou projeto para levar reflexão sobre a importância da saúde mental aos assistidos
Todos os anos desde 2014, durante o mês de janeiro, a cor branca que acompanha os pedidos de paz do réveillon ganha outro apelo: a conscientização para importância do cuidado com a saúde mental. Mostrar às pessoas que elas precisam olhar para si e que qualidade de vida também significa estar em equilíbrio emocional é o ponto central da campanha Janeiro Branco.
“Por que a gente olha tanto as questões de saúde física, as doenças, os agravos físicos e também não olha para a nossa saúde mental? Existe um pré-conceito mesmo, um conceito sem uma base, e muito estigma em você lidar com os próprios sentimentos. As pessoas não estão acostumadas com isso e acham que não é importante”, comenta a psicóloga Tiziana Gerbaldo, que trabalha na Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM).
Primeiro mês do ano, janeiro foi estrategicamente escolhido pelo criador da campanha, o psicólogo mineiro Leonardo Abrahão, para se tornar o marco temporal da reflexão sobre a saúde mental por ser um período em que as pessoas estão mais propícias a pensar a respeito da vida, traçar as metas de um novo ano e mudar de hábitos.
Estatísticas - O Brasil está entre os países com maiores índices de transtornos depressivos, sendo o campeão da depressão na América Latina e o quinto do mundo, segundo dados de 2017 da Organização Mundial da Saúde (OMS). Cerca de 322 milhões de pessoas (4,4% da população global) sofriam com desordens depressivas, das quais mais de 11,5 milhões eram brasileiras — ou 5,8% da população nacional.
Para a psicóloga da DPE-AM, as pessoas padecem cada vez mais de questões emocionais por conta da rotina que obriga a realização de várias atividades.
“Saúde mental não é ser doido ou não ser doido. A pessoa pode não ter um transtorno e não ter saúde mental. Porque a gente passa por diversos conflitos, pode ter problemas em lidar com determinadas situações. É importante prestar atenção nisso também, aprender a identificar as nossas emoções e manejá-las, principalmente, para que a gente viva uma vida em equilíbrio. Até porque a saúde mental influencia na saúde física. O importante é a pessoa entrar em contato com seus próprios sentimentos e entender como suas emoções influenciam no dia a dia. Às vezes, a pessoa tem esse impacto das emoções no cotidiano e ela não sabe dizer, sente uma dor de cabeça ou um cansaço e atribui a outras questões que não relacionadas ao emocional”, explica Tiziana.
DPE-AM conscientiza assistidos - Conforme a necessidade de cada caso, a Defensoria Pública do Estado oferece ajuda psicossocial aos cidadãos que atende gratuitamente nas demandas judiciais. Neste mês, além do serviço, a DPE-AM iniciou o projeto Sala de Espera: A Voz da Cidadania, onde os assistidos que aguardam para serem atendidos recebem orientação de psicóloga e assistente social para se atentarem à saúde mental.
A novidade vem sendo desenvolvida na unidade da Defensoria no Pronto Atendimento ao Cidadão (PAC) do Shopping Via Norte, no bairro Monte das Oliveiras, zona norte de Manaus.
“Às vezes as pessoas não conseguem identificar os sinais que a pessoa em sofrimento psíquico emite, como falar que está com vontade de sumir, que as pessoas viveriam melhor sem ela. Cerca de 90% das pessoas que suicidam sofrem de algum transtorno mental e esses sintomas estão passando batido. Essa ação é para levar a reflexão e fazer com que as pessoas parem e pensem sobre a vida que estão levando”, afirma a assistente social da DPE-AM, Samanta Crolman.
Uma das metas da ação, que vai se estender ao longo do ano, é também preparar os assistidos da Defensoria Pública para os atendimentos e os conflitos pessoais que uma demanda judicial pode acarretar.
“As pessoas já chegam na Defensoria estressadas porque estão vivenciando um problema. A gente pode não se dar conta, mas essa carga emocional vai afetar esse relacionamento. Principalmente, em questões de guarda dos filhos. A gente quer fazer um trabalho educativo com essas pessoas”, explica Samanta.
Ajuda - Materiais de apoio para a reflexão proposta pela campanha Janeiro Branco podem ser encontradas no site da ação, que é o janeirobranco.com.br. O Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias. O número para ligações é 188, já o atendimento via chat e e-mail pode ser acessado no site www.cvv.org.br.
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