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Transação comercial de madeira nativa na Amazônia Legal chega a 6,57 milhões de metros cúbicos em 2024
Os números são do Anuário Timberflow, estudo elaborado pelo Imaflora. Os municípios de Portel e Prainha, no Pará, estão no topo do ranking dos que mais venderam.
Publicado em 06/11/2025 09:56
Turismo & Meio Ambiente

Os Estados da Amazônia Legal transacionaram 6,57 milhões de metros cúbicos de madeira nativa em tora no ano de 2024. Os dados são do Anuário Timberflow, estudo elaborado pelo Instituto de Manejo e Certificação Agrícola e Florestal (Imaflora), que analisa as transações comerciais de madeira nativa na região amazônica.

 

Os números de 2024 representam uma leve diminuição de 0,32% em relação ao ano anterior, demonstrando uma certa estabilização após uma queda considerável em 2023, mas ainda com variações nos Estados. Desde 2017, a plataforma Timberflow do Imaflora organiza dados públicos oficiais, harmoniza bases e apresenta séries comparáveis por Estado, município, espécies, produtos e rotas.

 

No mapa da transação madeireira, o Pará está no topo da lista de Estados da Amazônia Legal que mais comercializaram toras nativas em 2024, mostra o Anuário. O Mato Grosso fica em segundo lugar, com pouco mais de 1,6 milhão metros cúbicos negociados, seguido por Rondônia e Amazonas. O Amapá e o Acre registraram saltos expressivos e subiram na escala produtiva.

 

O Pará transacionou 2,6 milhões de metros cúbicos, o que corresponde a 40,02% do total regional. A maior parte da produção saiu dos municípios de Portel, com 483 mil metros cúbicos, e Prainha, com 309 mil metros cúbicos. Mato Grosso registrou 1,6 milhão metros cúbicos (–31,03% vs. 2023), enquanto Amapá e Acre tiveram saltos proporcionais (+62,82% e +63,81%, respectivamente). Esses polos funcionam como nós logísticos e regulatórios, úteis para orientar planejamento de infraestrutura, alocação de fiscalização e devida diligência (análise de riscos e oportunidades) de compradores.

 

A madeira serrada é o principal produto manufaturado da região (2.474.970 metros cúbicos), com Mato Grosso, Pará e Rondônia à frente no volume de transações, informa o Anuário. No mercado interno, São Paulo é o maior destino de madeira (352.801,78 metros cúbicos). Já nas exportações, o agregado regional somou 203.274,55 metros cúbicos, tendo os Estados Unidos como principal destino internacional.

 

O Diretor de Florestas e Restauração do Imaflora, Leonardo Sobral, afirma que o Anuário Timberflow representa um marco importante para o setor florestal e para o Imaflora, pois reúne dados completos sobre a produção de madeira na Amazônia, que são fundamentais para a definição de estratégias de curto, médio e longo prazos. “Analisando os dados de 2024, pode-se notar uma concentração das transações em três Estados da Amazônia Legal (Pará, Mato Grosso e Rondônia), o que reflete em um maior número de negócios com madeira da região”, destacou Leonardo.

 

Nas Concessões Florestais Federais

O volume de madeira nativa em tora transacionado nas Concessões Florestais Federais (CFFs) atingiu 379 mil metros cúbicos em 2024. O Estado do Pará responde por 79% (300 mil metros cúbicos) desse total, aponta o Anuário Timberflow.

 

Entre as florestas nacionais (Flonas) do território paraense, o Anuário destaca as variações de 2023 para 2024 em Saracá-Taquera (–10,38%), localizada entre os municípios de Terra Santa, Oriximiná e Faro, Altamira (+3,59%), Caxiuanã (+9,29%), no Marajó, e Crepori (–39,18%), no sudoeste do Estado. Em Rondônia, as maiores variações foram registradas nas Flonas Jamari (+15,04%) e Jacundá (+20,98%).

 

As espécies de madeira em tora com maior mercado, segundo os dados, são a Manilkara huberi (maçaranduba), Dinizia excelsa (angelim), Goupia glabra (cupiúba) e Dipteryx odorata (cumaru), que concentram cerca de um quarto do volume comercializado (1.461.796,25 m³). Essa informação, destaca o Anuário Timberflow, é central para a formulação de políticas de oferta por espécie e critérios de compras. “Percebe-se que a transação em tora está concentrada em apenas quatro espécies, representando quase 25% do total, e na produção de madeira serrada, uma oportunidade para se investir em estratégias de diversificação e novos produtos, agregando valor e abrindo novos nichos de mercado”, assinalou Leonardo Sobral.

 

O coordenador de Florestas e Restauração do Imaflora, Felipe Pires, explica que o Anuário registra informações importantes para a definição de estratégias para o setor florestal. Os dados oferecem aos setores público e privado uma análise profunda do cenário produtivo. “Por meio do entendimento das dinâmicas de aumento ou diminuição das transações de madeira, há oportunidades para melhores planejamentos setoriais da cadeia produtiva, diminuindo possíveis pressões sobre a floresta. Assim como a expansão para novas áreas de manejo sustentável, como as Concessões Florestais, e, por fim, incentivos para a modernização da indústria madeireira, aumentando a eficiência produtiva, agregando valor e gerando maior renda e inclusão social”, afirmou.

 

Desde 1995, atua na promoção do uso sustentável e inclusivo dos recursos naturais. Suas ações conciliam conservação ambiental, desenvolvimento econômico e enfrentamento da crise climática. Com um vasto repertório de conhecimentos sobre produção florestal e agropecuária, sociobiodiversidade, uso da terra e mudanças climáticas, conquistou credibilidade técnica para dialogar com diferentes setores da sociedade, articulando convergências multissetoriais e fomentando cadeias florestal e agropecuária responsáveis, de baixas emissões e comprometidas com a sociobiodiversidade. Tudo em busca de soluções que gerem real impacto positivo na vida das pessoas que movem a economia conservando o meio ambiente. (www.imaflora.org)

 

INFOGRÁFICO

Transação madeireira – Amazônia Legal (2024)

Total (madeira em tora) na Amazônia Legal 2024: 6.571,030,88 m³.  

 

Ranking (madeira em tora) por Estado:

Pará - 2.629.560,51 m³ (40,02%);

Mato Grosso - 1.624.147 m³ (24,72%);

Rondônia - 857.391 m³ (13,05%);

Amazonas - 500.218 m³ (7,61%);

Amapá - 368.315 m³ (5,61%);

Acre - 309.368 m³ (4,71%);

Roraima - 282.031 m³ (4,29%).

 

Ranking (madeira em tora) por município:

Portel (PA) - 483.776,01 m³;

Prainha (PA) - 309.107,15 m³;

Colniza (MT) - 244.300,35 m³;

Mazagão (AP) - 227.221,57 m³.

 

Crédito: Imaflora/Arquivo

Fonte: Anuário Timberflow/Imaflora (www.imaflora.org).

 

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