Objetivo é conscientizar a população sobre os vários tipos de agressão contra meninas e mulheres e as medidas a serem adotadas
A Secretaria de Estado da Assistência Social (Seas) deu início, na manhã desta quinta-feira (21/11), nos Centros Estaduais de Convivência da Família (CECFs) e do Idoso (Ceci), à edição de 2024 da campanha “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher”. O objetivo é conscientizar a população sobre os vários tipos de agressão contra meninas e mulheres e as medidas a serem adotadas. A campanha é internacional, iniciada na quarta-feira (20/11) até o dia 10 de dezembro, com programação de ações nos sete centros.
A programação iniciou no CECF Padre Pedro Vignola, situado na Cidade Nova, zona norte, que tratou o tema com panfletagem contra o feminicídio e uma palestra com as mulheres que fazem parte do Grupo de Convivência “Empreendedorismo das Mulheres”, que ainda participaram de uma atividade de pintura, sobre a força da mulher negra, finalizando com uma dança do Carimbó, no salão central.
Na palestra, a psicóloga do projeto Mais Vida, Adriana Fonseca, destacou que a data escolhida para o início da campanha no Brasil, Dia da Consciência Negra, levou em conta o fato de que as mulheres negras são maioria entre as vítimas de feminicídio e de outros tipos de crimes, motivados tanto pelo machismo quanto pelo racismo.
“Pelo fato da mulher negra, em sua maioria, ter baixa escolaridade, e fazer parte de um patriarcado de maus-tratos, pelo pai, o irmão mais velho, quando parte para um relacionamento amoroso traz o estigma de ser ‘normal’ estar subordinada à presença masculina e, muitas vezes, esse ciclo de violência se repete por parte do namorado, marido etc”, exemplifica Adriana Fonseca.
Participante do Grupo “Empreendedorismo das Mulheres”, Jacynara Nunes de Souza, 66, elogiou a realização da palestra para ajudar muitas mulheres que passam por violência doméstica a tomar decisão. Vítima de um casamento, por 19 anos, movido por ofensas e maus-tratos, ao descobrir a traição do marido, rompeu esse ciclo e resolveu criar seus dois filhos sozinha. “Aguentei por vários anos o ciclo de violência, por causa dos meus filhos, a gota d’água foi ele ter tentado me enforcar”, disse.
Apesar de nunca ter vivenciado nenhum tipo de violência doméstica, Nazaré Cardoso, 71, disse que a campanha é importante e fundamental para esclarecimentos sobre a rede de proteção oferecida pelo poder público estadual às mulheres que passam por violência.
A diretora do CECF Padre Pedro, Elizabete Maciel, ressaltou que a intenção da campanha é sensibilizar a sociedade como um todo sobre a violência contra o sexo feminino, que pode ser patrimonial, sexual, física, moral e psicológica.
“Como nosso público é formado em sua maioria por mulheres, inclusive idosas, que passam por algum tipo violência; nesses casos, aconselhamos a não aceitar e a denunciar. Incentivamos também a conversar com as filhas, as netas, para que esse ciclo não seja contínuo”, disse a diretora. E destacou, ainda, não ser aceitável qualquer tipo de violência dentro do lar, porque atinge toda a família.
O Centro Estadual de Convivência do Idoso (Ceci), no bairro Aparecida, zona sul de Manaus, também deu início à campanha pelo Fim da Violência Contra a Mulher. Pela manhã, foi realizada uma palestra com o Grupo de Convivência “Guerreiros” sobre o tema. Na parte da tarde a ação se deu numa Roda de Conversa com o Grupo de Convivência “Vivendo e Cantarolando”.
Outro espaço que realizou ação voltada para a campanha foi o CECF Teonízia Lobo, situado no Mutirão, entre as zonas norte e leste de Manaus. O tema foi tratado numa Roda de conversa com integrantes do Grupo de Convivência “Fé em Deus”, com o objetivo de conscientizar o grupo sobre a importância da denúncia contra a violência que acontece diariamente contra as mulheres.
FOTOS: Jimmy Cristian / Seas