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Festival de Parintins 2024: entenda o impacto da rivalidade histórica dos bois Caprichoso e Garantido
Capital & Municípios
Publicado em 03/06/2024

No mês de junho, os bumbás se apresentam no último fim de semana, na arena do Bumbódromo

 

Chegou junho, mês em que os bois Caprichoso e Garantido entram na arena do Bumbódromo, em Parintins, para uma das maiores manifestações culturais do mundo.  Com apoio do Governo do Amazonas, a tradição mais forte do Festival de Parintins é a rivalidade histórica dos dois bumbás, que começou no início do século XX. Apesar de saudável, o embate também reflete nas cores de roupas, espaços divididos na cidade e até em mudança na cor da logo de grandes marcas.

 

Sobre os protagonistas

O Festival de Parintins tem como tema central a disputa dos bumbás Caprichoso, representado pelas cores azul e branca; e Garantido, simbolizado pelo vermelho e branco.

 

O boi Caprichoso foi fundado pelo artesão cearense Roque Cid e o boi Garantido pelo pescador parintinense Lindolfo Monteverde. A criação dos dois bumbás data de 1913.

 

Atualmente, os bois têm sedes próprias, os chamados galpões, para a construção de todas as alegorias e fantasias apresentadas na arena do Bumbódromo. Já os ensaios técnicos, shows e apresentações são realizados nas ‘casas’ dos bois, conhecidos como currais. O reduto do boi Caprichoso é chamado de Curral Zeca Xibelão enquanto do boi Garantido é conhecido como Cidade Garantido

 

O Caprichoso venceu o Festival de Parintins 24 vezes e o Garantido foi campeão 32 vezes.

 

Festival de Parintins

O Festival de Parintins acontece todos os anos na ilha de Parintins, município localizado na região do baixo Amazonas, distante 369 quilômetros de Manaus e com uma população de mais de 96 mil habitantes, de acordo com dados de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

A festa, considerada Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), é realizada sempre no último final de semana do mês de junho.

 

O boi-bumbá é uma tradição centenária do estado do Amazonas, que surgiu como brincadeira dos caboclos ribeirinhos parintinenses, nos terreiros das casas - como são chamados os quintais no interior do Amazonas -, durante as festividades juninas, sob influência do Bumbá meu boi, do Maranhão, e das festas de folguedo comuns no Nordeste brasileiro.

 

Porém, ao longo dos seus mais de 100 anos de existência, o boi-bumbá ganhou identidade e elementos próprios, unindo elementos dos povos indígenas, quilombolas e caboclos, tornando-se a representação da rica e encantadora cultura do Amazonas.

 

 Cunhã-Poranga Isabelle Nogueira

 

Cores de roupas

Para quem ainda está conhecendo os dois bois e não decidiu para qual torcer, a melhor opção é utilizar cores neutras, como preto, branco, verde, cinza, amarelo, bege, caramelo e marrom.

 

No Boi Caprichoso, a cor principal é o azul, mas cores complementares entram na paleta, como azul em tons claros, verde escuro, verde mar, violeta, roxo e lilás. Ao visitar o Curral Zeca Xibelão, reduto do boi, por exemplo, as cores do contrário não são permitidas.

 

No Boi Garantido, a cor principal é o vermelho. Nas cores complementares, o bumbá também utiliza em suas apresentações o vermelho em tons claros, laranja, rosa claro e escuro, rosé e terracota. Assim como no curral do contrário, há restrição de cores no Curral Lindolfo Monteverde: ao visitar o local, nenhuma das cores do adversário é permitida.  

 

 

Divisão da cidade e das marcas

Assim como o Bumbódromo, que é dividido nas cores azul e vermelho, a cidade de Parintins também se divide em uma linha imaginária, traçada pelo palco da festa. O lado sul é denominado como Caprichoso, enquanto o lado norte é reduto do Garantido.

 

Apesar da divisão, muitos torcedores contrários vivem nos dois lados. No entanto, em um passeio pela cidade, é possível identificar por meio das cores das casas, bandeiras hasteadas e esculturas nas ruas, em qual lado você está.

 

Outro diferencial na cidade é a logo de grandes marcas. Coca-Cola e Brahma, por exemplo, patrocinadoras da festa, além das tradicionais embalagens vermelhas, lançam edições temporárias na cor azul.

 

É comum observar em Parintins lojas, bancos e outros empreendimentos com as fachadas divididas em vermelho e azul, com o objetivo de atrair torcedores dos dois bois.

 

Fotos: Divulgação/Secom

 

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