Em Manacapuru, as cirandas mostram nos ensaios uma prévia dos espetáculos oficiais
O Parque do Ingá em Manacapuru, aos poucos, foi tomado pelas cores lilás e branco. O ensaio geral da ciranda Flor Matizada, com a presença de público, lotou a arena de cirandeiros e a arquibancada pela torcida, que fez a sua parte, esquecendo até mesmo que se tratava de uma segunda-feira (28/08).
A Flor Matizada abre uma sequência de três noites de ensaios gerais antes das apresentações oficiais do 25º Festival de Cirandas de Manacapuru (distante a 68 quilômetros de Manaus). Abertos ao público, os ensaios na terça e quarta-feira (29 e 30/08) são das cirandas Guerreiros Mura e Tradicional, respectivamente.
Na arena do Cirandódromo, coreografias e movimentos sincronizados. Itens coletivos, como o cordão de entrada e de cirandeiros, sustentaram as duas horas de apresentação em uma prévia do que será levado para apresentação oficial, marcada para o dia 1º de setembro.
Quem conhece bem o frio na barriga, que antecede o espetáculo é o coreógrafo Clemente Furtado, que escreveu sua história na Matizada, sendo o primeiro cirandeiro da agremiação.
“As luzes estão brilhando, a cobertura da imprensa, mostrando para as pessoas como é a ciranda, isso já nos traduz um sentimento de muita responsabilidade. Eu sei que no dia é outro sentimento. Hoje nós não podemos errar muito, pois já trabalhamos isso nos outros ensaios e aqui é um ensaio técnico principal para que no dia possamos dar o nosso melhor”, disse Clemente, coordenador do cordão de entrada.
Para a presidente da Flor Matizada, Vanessa Mendonça, nos ensaios, a diretoria assume o papel dos jurados, portanto, a evolução dos itens e até a cronometragem são levados em conta e são passíveis de correção, caso necessário. “Isso aqui já é uma prévia para a nossa apresentação. É um ensaio passado na íntegra, do início ao fim, com todas as falas e momentos e, claro, as surpresas vão ficar somente para sexta-feira, mas vamos surpreender”, adianta a presidente.
No contexto histórico das cirandas, a Constância é a mulher mais bela do cordão de cirandeiros, e na Matizada é interpretada por Izaelle Noguchi. A manacapuruense assume o papel há cinco anos, ainda assim, não esconde o nervosismo. “Estou muito feliz, mas ao mesmo tempo muito nervosa, mas vai dar tudo certo. Como disse a nossa presidente, este ensaio geral é como se fosse no dia e pode esperar da Constância muita coisa bonita e uma indumentária belíssima”, assegura Izaelle.
A Flor Matizada é a pioneira entre as cirandas e celebra 43 anos de fundação. O lilás e o branco representam a agremiação que traz o tema “Muricariuas”.
Cultura amazônica
O 25º Festival Folclórico de Manacapuru é realizado pelas agremiações, com apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e da Prefeitura de Manacapuru.
Os espetáculos oficiais iniciam às 21h30, e cada noite é dedicada a uma agremiação. A Flor Matizada abre o festival (1º/09); na noite seguinte (02/09), é a vez da Guerreiros Mura e, na terceira e última noite (03/09), a Tradicional encerra o festival.
FOTOS: Marcio James/Secretaria de Cultura e Economia Criativa