Representantes da Secretaria de Educação, Sema, Padeam e BID observaram questões de logística, estrutura física e tecnológica que buscam implementar nas unidades do projeto
Com o objetivo de subsidiar o Programa de Aceleração do Desenvolvimento da Educação no Amazonas 2 (Padeam 2), uma comitiva composta por representantes da Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar, da Unidade de Gerenciamento (UG) do Padeam, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) realizou uma visita técnica na Escola Estadual (EE) Samsung Amazonas, localizada na Comunidade Três Unidos, na Área de Proteção Ambiental (APA) Aturiá-Apuauzinho.
Na oportunidade, avaliaram-se critérios sobre a infraestrutura da escola e também sobre o Ensino Mediado, pontos de interesse para a construção das novas Escolas da Floresta e Escolas Indígenas previstas no Padeam 2.
Na EE Samsung Amazonas, alunos indígenas do povo Kambeba, do 6º ano do Ensino Fundamental até a 3ª série do Ensino Médio estudam com o apoio dos professores do Centro de Mídias de Educação do Amazonas (Cemeam), por meio do Ensino Mediado. A unidade escolar, que funciona desde 2009, também atende as comunidades vizinhas à Três Unidos.
“Nós, indígenas, sabemos muito, assim como vocês que nos visitam. Aqui, nesse encontro, a gente espera continuar a combinar conhecimentos, porque acredito que o conhecimento coletivo constrói muito mais do que o individual”, afirmou Raimundo Kambeba, vice-tuxaua da Comunidade Três Unidos.
Na unidade de ensino, os professores-mediadores são regressos da própria localidade e, hoje, ensinam, muitas vezes, os próprios familiares deles.
“A Secretaria de Educação tem muitas frentes que visam a formação dos professores indígenas. Esse tópico está dentro do projeto do Padeam 2, porque, com a criação das escolas, essa demanda vai aumentar ainda mais. Estão, sim, previstos investimentos não só na Educação Básica, mas também na formação pedagógica desses profissionais”, destacou a coordenadora-geral da UG Padeam, Therezinha Ruiz.
Cemeam
Ponto central na discussão sobre as especificidades da educação no Amazonas, o Cemeam recebeu elogios da equipe do BID, que articula, junto à Secretaria de Educação, o aumento da abrangência do Centro, com investimentos em tecnologia. “Eu quero parabenizar o que vimos aqui hoje. São muitos anos de um trabalho intenso deste Centro. Tenho poucas dúvidas de que, dada a capacidade que tem a Secretaria de Educação, e com nossa parceria, a gente consiga pensar em alternativas ainda melhores entre os professores do Centro e aqueles que estão na ponta”, ressaltou o especialista em educação e um dos representantes do BID, Marcelo Perez.
Sema
Nas tratativas que estão construindo o Padeam 2, é a Secretaria de Meio Ambiente que está indicando as Unidades de Conservação (UC) que possuam condições ideais para a construção das escolas planejadas. Com o quantitativo de 42 UCs em todo o estado do Amazonas, é a Sema que gere esses espaços.
“Nós estamos falando da região amazônica, que tem secas e cheias extremas, portanto, precisamos ser estratégicos nessa discussão. Um projeto desse construído em local inadequado, pode acabar inutilizando todo um trabalho prévio”, explicou o gerente de UCs na Secretaria de Meio Ambiente, Francisco Oliveira.
Além da visita à escola, a comitiva também esteve no Centro Comunitário Divino Espírito Santo e no Centro de Artesanato Kambeba, tendo em vista que, buscando a sustentabilidade integral nos projetos do Padeam 2, a valorização da cultura do povo local é relevante para este fim.
Até o momento, o projeto do Padeam 2 já garante a construção de três Escolas da Floresta e de, no mínimo, seis Escolas Indígenas no estado. Existem tratativas para o aumento desses números até o fechamento deste momento de idealização do programa.
FOTOS: Euzivaldo Queiroz / Secretaria de Estado de Educação e Desporto