Com o tema “O Brado Povo Guerreiro”, o Touro Negro da América venceu a primeira e a última noite do festival
É oficial. O Boi-bumbá Caprichoso vence o 56º Festival Folclórico de Parintins e conquista o bicampeonato (2022/2023) com o tema “O Brado do Povo Guerreiro”. O resultado foi anunciado após a apuração das notas dos jurados realizado na tarde desta segunda-feira (3), no Centro Cultural de Parintins, mais conhecido como Bumbódromo de Parintins (distante a 325 quilômetros de Manaus).
O presidente do Touro Negro, Jender Lobato, comemora o campeonato de 2023 de Parintins (Foto: Robson Adriano/A CRÍTICA)
Confira as notas parciais:
1ª Noite: Caprichoso venceu com 419,8 contra 419,5 do Garantido.
2ª Noite: Garantido venceu com 419,8 contra 419,5 do Caprichoso.
3ª Noite: Caprichoso venceu com 419,7 contra 419,5 do Garantido.
Apuração teve transmissão ao vivo pela TV A CRÍTICA e em tempo real pelo acritica.com (Foto: Malu Dacio/A CRÍTICA)
O espetáculo em três noites
Já no primeiro subtema, apresentado na sexta-feira (30), “Ancestralidade: A semente das nossas lutas”, que compõe o espetáculo “O Brado do Povo Guerreiro”, o Caprichoso impressionou o Bumbódromo com a riqueza dos detalhes nos módulos alegóricos e a imponência que o guindaste AC 500 trouxe para a primeira apresentação do boi azulado.
(Foto: Junio Matos/A CRÍTICA)
Destaque para a Sinhazinha da Fazenda, defendida pela Valentina Cid, que chegou na arena de vestido em tons de verde. E com a ajuda do corpo cênico, a bela troca de vestido ganhou tons vívidos de um azul royal. Outro momento marcante foi durante o ritual “Yreruá – A festa do guerreiro”. Mesmo sob forte chuva, o pajé Érick Beltrão - que também é coreógrafo do Caprichoso não se limitou e transcendeu com a evolução do item em frente aos jurados.
Na segunda noite, o Caprichoso trouxe como subtema “Resistência - O Tema da Nossa existência”. O grande destaque da segunda noite foi para a encenação de Hutukara Yanomâmi, toada de Ronaldo Barbosa que arrepiou a galera azulada e emocionou quem estava no Bumbódromo. Cleise Simas também foi o ponto forte da noite que apesar de uma das cabeças da serpente que fazia parte de sua indumentária cair, soube improvisar e seguiu firme na evolução.
Touro Negro surgiu na galera agitando o torcedor na arquibancada (Foto: Márcio Silva/A CRÍTICA)
Já na última noite, o Boi Caprichoso encerrou o festival trazendo o subtema “Revolução: A consagração pelo saber popular”. O levantador de toadas Patrick Araújo levou a galera azulada ao delírio ao cantar toada “Viva a Cultura Popular”. O momento coreográfico Pavu Maraúna, que trouxe a cunhã-poranga Marciele Albuquerque, a Figura Típica Regional – Contador de Histórias e o gigantesco ritual Maï Marakã, a música dos deuses, onde o pajé Erick Beltrão veio dos céus para salvar o povo Araweté, foi o ápice da terceira e última noite do Caprichoso.
A rainha do folclore Cleise Simes surge na figura típica regional, O Contador de História (Foto: Márcio Silva)
Um grande apoteose do touro negro foi com a levantadora de toadas, Paula Gomes, que cantou a toada “Toda Forma de Amor” em prol da diversidade LGBTQIAPN+. A galera transformou-se nas cores da bandeira do orgulho com os pompons nas cores rosa, laranja, amarelo, verde, lilás, azuis claro e escuro.
Fonte: Lucas Vasconcelos/online@acritica.com