De acordo com levantamento da Rede PENSSAN (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional), mais de 33 milhões de brasileiros(as) foram atingidos(as) pela fome entre 2021 e 2022 devido à instabilidade socioeconômica enfrentada nos últimos anos. Com o País de volta ao Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas, como é possível fazer a diferença? Um dos caminhos encontrados são as ações solidárias, que impactam positivamente a população. No Amazonas, um exemplo foi a iniciativa do Assaí Atacadista, que aderiu ao Pacto pelos 15% com Fome e ainda se uniu à Connecting Food, foodtech que realiza a redistribuição inteligente de alimentos a comunidades em situação de vulnerabilidade.
A iniciativa foi lançada pela Ação da Cidadania como forma de promover uma aliança nacional de solidariedade entre entidades da sociedade civil e empresas de diversos segmentos para atuarem na linha de frente no combate à fome e às desigualdades sociais. Em uma ação conjunta, o atacadista e a foodtech passam a atender de forma permanente 15 novas Organizações da Sociedade Civil (OSCs) por mês, entre agosto e dezembro de 2022, em um esforço para aumentar a doação de alimentos em todo o Brasil. A partir desta parceria, os institutos Asas pela Amazônia e Manifesta LGBT Casa Amiga, ambos de Manaus (AM), foram beneficiados com alimentos para doarem às comunidades mais vulneráveis socialmente.
Nos primeiros três meses da ação, entre agosto e outubro deste ano, as três lojas manauras do Assaí reuniram mais de 8 toneladas de excedentes de frutas, legumes e verduras sem valor comercial, mas próprias para o consumo. Tal direcionamento de alimentos faz parte do Programa Destino Certo do Assaí, cujo objetivo é o combate à fome e redução do desperdício de alimentos. Ao todo, mais de 1.400 famílias foram beneficiadas com as doações até o momento.
“Projetos de cunho social como esse são muito importantes, pois assim conseguimos alcançar e beneficiar pessoas que vivem em extrema pobreza. O apoio do Assaí foi muito bom, uma vez que na doação recebemos também itens de hortifrúti, permitindo enriquecer a dieta das pessoas”, explica Yghor Lopes, representante do Asas pela Amazônia.
A organização assiste comunidades locais vulneráveis, contando especialmente com a colaboração de amigos(as) e familiares dos(as) voluntários(as). De forma integral e multidisciplinar, para além dos alimentos, serviços na área da saúde, jurídica, agronegócios, empreendedorismo e assistência social também são ofertados para promover saúde e dignidade à sociedade.
Já no caso do Casa Amiga, o público-alvo das doações de alimentos é a comunidade LGBTQIA+. “Nesses quatro anos de trabalho, a Casa visa emancipar e auxiliar o indivíduo a ter autonomia da sua própria vida, começando com a alimentação e moradia, passando por orientação social, atendimento focado em saúde mental e pela capacitação e formação profissionalizante. Tudo isso é feito para que essa pessoa possa viver de uma forma mais segura”, afirma Karen Arruda, professora, ativista e voluntária.
Para ela, é crucial que a sociedade brasileira se torne mais engajada em projetos e organizações, visto que amplia a quantidade de pessoas, influenciando consequentemente maiores doações e o maior contingente de cidadãos(ãs) beneficiados(as). “A nossa maior dificuldade é o recurso humano e financeiro. Então, quanto mais pessoas envolvidas, mais pessoas trabalhando, menos pesado fica. É muito gratificante ver pessoas saindo daqui e conquistando a sua autonomia”, destaca.
O Assaí é o único atacadista a aderir ao Pacto e, com o projeto, está prevista a doação de mais de 15 toneladas de alimentos mensalmente em todo o país, o que pode complementar mais de 30 mil refeições com alimentos de alto valor nutricional.
Foto: Divulgação
Fonte: Giulia Moreira
*Redação: blogjrnews.com