A candidata conheceu, durante ação de campanha, família que padece para conseguir o mínimo para filho portador de paralisia cerebral
Manaus/AM - Durante caminhada, nesta segunda-feira (11), no Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim), no bairro do Educandos, Anne Moura, a candidata à vice-governadora pela coligação “Em defesa da vida” (MDB, PSD e a federação PT, PC do B e PV), encabeçada pelo senador Eduardo Braga, se sensibilizou com os problemas enfrentados pelo adolescente Vitor Hugo Lago, 15 anos, que tem diagnóstico de paralisia cerebral.
Para ter a mínima qualidade de vida, o jovem precisa de medicamentos e fraldas descartáveis, que raramente estão disponíveis na Central de Medicamentos do Amazonas (Cema). “Antes, ele tinha direito a 99 fraldas, agora só dão 80, quando tem. Ele faz muito xixi. É pouca fralda. Nas últimas vezes, a gente chega lá e sempre tem de voltar outro dia porque o estoque esgotou. Os medicamentos dele são fortes, caros e também sempre faltam”, lamentou a mãe, a dona de casa Taisa de Castro.
A mãe relatou ainda, que do salário-mínimo a que Vitor Hugo tem direito, ¼ é destinado ao pagamento do plano de saúde do jovem e o restante para a alimentação especial. A família, composta de mais dois irmãos e do padrasto, o auxiliar de almoxarifado Hawlesson Nunes, depende do serviço público. “Meu marido ganha pouco. Eu sofro com pedras nos rins e alterações na tireoide. Já procurei muito por um médico especialista e não consegui. Os alimentos têm dia que dá, outro não. A gente sobrevive porque Deus quer. Nossa esperança é o Eduardo, que deu este apartamento, nossa casa aqui no Prosamim. O Eduardo já ajudou bastante. Ele fez muita diferença. Ele voltando, eu espero que as coisas melhorem”, suspirou Taisa enquanto afagava o Vitor.
Ao ouvir o relato da mãe, Anne Moura, que está no oitavo mês de gestação, ficou emocionada com as dificuldades e, ao mesmo tempo, o empenho da família em promover um ambiente acolhedor para os três filhos. A candidata à vice-governadora afirmou que essas situações serão revistas no futuro a partir de uma administração voltada para o social. “Nós temos um compromisso de ampliar as policlínicas assim como o de criar um centro para atendimento de PCDs (Pessoas com Deficiência) e autistas. Temos visto muitos casos assim. É incrível como muitas pessoas não têm assistência nenhuma. Nem a fralda descartável estão recebendo. Vamos acabar com essa desassistência”, declarou Anne Moura, ao lado de Viviane Lima, candidata a deputada federal, que luta por melhor qualidade de vida para as PCDs.
O problema é sistemático. Conforme matéria veiculada no site do Ministério Público do Estado do Amazonas, em outubro de 2021, o promotor de justiça Vitor Moreira da Fonseca denunciou na época. “As pessoas com deficiência atendidas pela Central de Medicamentos do Estado do Amazonas (Cema) têm encontrado muitas dificuldades em cumprir a exigência de apresentação de laudos médicos e receitas, a cada três meses, para poderem receber materiais, fraldas e medicamentos de que necessitam, em razão da demora de agendamento de consultas médicas do SUS por meio do Complexo Regulador do Amazonas", apontou o promotor.
O MPE recomendou que a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), a Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (Semsa), o Complexo Regulador do Amazonas (Sisreg) e a Central de Medicamentos do Amazonas (Cema) colocassem em pleno funcionamento o programa de agendamento de consultas e/ou entrega de medicamentos, fraldas e dispositivos de incontinência de uso contínuo para pessoas com deficiência, pessoas idosas ou com mobilidade reduzida, conforme previsto no art. 153, da Lei Promulgada Estadual nº 241/2015. Até o momento, a situação não foi normalizada.
Foto: Divulgação
Fonte: Shirley Assis
*Redação: blogjrnews.com