Para especialistas, a dificuldade na escola pode ser interpretada como preguiça, veja como identificar os sinais e o que fazer
Volta às aulas nem sempre é fácil, principalmente para os alunos que enfrentam dificuldades no aprendizado. Para ajudar os estudantes e as famílias na retomada das atividades, o R7 ouviu as psicopedagogas Ivone Scatolin e Patrícia Marques que dão dicas para ajudar a evitar a recuperação. Confira:
"Após o período de férias, tanto as crianças quanto os adolescentes podem demorar alguns dias para se ajustarem novamente à rotina escolar e cabe aos pais ajudá-los nesse processo com atitudes de acolhimento e encorajamento", avalia Ivone. Para a psicopedagoga, nos anos iniciais até o sexto ano, o acompanhamento deve ser mais próximo possível, no entanto, a partir daí é preciso manter um olhar cuidadoso e distanciamento atento ao processo de estudo e desenvolvimento escolar dos filhos, até para poderem ter autonomia
Ivone também observa que os pais podem ajudar em casa na organização e planejamento dos estudos e não sobrecarregar rotina diária com atividades extraescolares que possam impactar negativamente na escola
"A partir de agora só temos metade do ano, as crianças têm menos tempo para recuperar notas e conteúdo que não foram assimilados de forma satisfatória", destaca Patrícia. "O retorno deve ser observado pelos pais porque podem surgir sentimentos como medo e insegurança, vale observar os sinais como mudança de humor ou falta de vontade para as atividades escolares”.
Os adultos responsáveis pelas crianças e adolescentes devem ficar atentos se há mudança de humor, se o estudante está mais quieto ou se não quer ir para a escola.
Muitas vezes, o desinteresse e a falta de envolvimento com a escola são vistos como preguiça, mas, na verdade, não é. "Sempre que há um obstáculo ou uma dificuldade para realizar uma tarefa ou quando a criança percebe que não consegue concluir ou acompanhar os colegas, a criança tende a se esquivar e perde o interesse, o que muitas vezes é interpretado pela família e até mesmo pela escola como preguiça", diz Patrícia.
A dificuldade de aprendizagem interfere na atenção, na concentração e na memória, quadro que pode se agravar se a criança ou o adolescente não tiverem um acolhimento da família e da escola. "O ideal é que as famílias entrem em contato direto com a escola assim que perceberem algo diferente com seus filhos", observa Patrícia. "Estar atento às dificuldades escolares que surgirem conversar com equipe pedagógica do colégio e, se necessário, buscar ajuda de profissional da psicopedagogia para avaliação sobre o que pode estar causando problemas e quais intervenções podem ser necessárias: Reforço escolar? Aula particular em alguma disciplina específica? Acompanhamento terapêutico, psicopedagógico ou fonoaudiológico, ou psicológico?", conclui Ivone.
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Por: Do R7
*Redação: blogjrnews.com