Inflação faz salário de contratação ter perda de até 19% em 12 meses; queda real média no salário foi de 5,6%
A inflação alta levou os salários de contratação dos trabalhadores a ter uma perda real (já descontada a inflação) de até 19% em doze meses.
A conclusão é do estudo da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) que avaliou o salário médio de admissão de 2.608 profissões tendo como base o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho e centrou o levantamento em 140 profissões que respondem por 72% das ocupações atuais do mercado de trabalho com carteira assinada no país.
O estudo mostrou que embora o salário médio nominal de admissão tenha crescido 6,3% entre maio de 2021 e maio de 2022, esse avanço não compensou a perda média de poder de compra do salário do trabalhador, já que, descontada a inflação, a perda real foi de 5,6% no período. Mas há casos em que essa perda chega a 19%, mostra a pesquisa.
O levantamento comparou a média salarial dos últimos 12 meses encerrados em maio à média dos 12 meses anteriores e descontou a inflação de 11,9% medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), do IBGE.
Apenas 12 categorias tiveram aumento real no salário médio de contratação no último ano. As demais 128 profissões tiveram perdas salariais.
No topo das profissões que tiveram a maior perda real estão os motoristas de ônibus urbanos e os contínuos, com baixa de 19% no salário inicial de contratação. Em seguida, estão os auxiliares de desenvolvimento infantil, com 18% de queda.
Motorista de ônibus urbano: -19%
Contínuo: -19%
Auxiliar de desenvolvimento infantil: -18%
Pedreiro: -16%
Carregador (veículos de transportes): -15%
Fisioterapeuta geral: -15%
Garçom: -15%
Motorista de ônibus rodoviário: -15%
Agente de saúde pública: -14%
Atendente de lanchonete: -13%
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Foto: CHRIS S./PIXABAY
Por: Sophia Camargo, do R7
*Redação: blogjrnews.com