Acordo promete restabelecer equilíbrio do estoque natural de peixes
A Gerência de Apoio à Aquicultura e Pesca (GEAPE), do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), conduziu mais uma das fases de construção do Acordo de Pesca que pretende restabelecer o equilíbrio dos estoques naturais e controlar as atividades pesqueiras no município de Parintins, o segundo maior do Amazonas.
As reuniões foram realizadas no último fim de semana (17 a 19 de junho), em Nossa Senhora de Assunção do Jauari, e, no segundo dia em Zé Miri, com a participação de representantes dos moradores dos diversos lagos que deverão ter a pesca controlada, na região do Paraná, de Parintins, e do Lago do Máximo. Ao todo, 37 comunidades participam da elaboração do documento que, depois de concluído, deverá ser publicado pelo Governo do Estado, oficializando a intenção e controle das atividades pesqueiras.
Além dos moradores e dos especialistas do Idam, participam dessa ação conjunta, especialistas de outras entidades como a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Capitania dos Portos, Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Instituto Federal de Tecnologia (Ifam), Sindicato dos Pescadores de Parintins (Sindpesca-Pin), Colônia de Pescadores Artesanais de Parintins (ColpaPin), Secretaria Municipal de Produção Rural (Sempa) e apoio da unidade local do Idam de Parintins.
A necessidade de um Acordo de Pesca, conduzido pelo Idam, surgiu após verificarem a urgência em proteger as espécies locais, já prejudicadas pelas ações predatórias.
“É quase impossível pescar nesses lagos pois não encontramos peixes em tamanho grande. De todas as espécies, mesmo as maiores, só se consegue capturar peixes pequenos. Isso significa que a natureza não está tendo tempo de recuperação. O Acordo de Pesca pretende equilibrar isso, levando em consideração as altas demandas de alimentos, mas priorizando a natureza”, explica a engenheira de pesca Larissa França, do Idam.
Mesmo espécies mais abundantes, como o mapará, atualmente são de difícil captura. Já o defeso permanente do Pirarucu, não tem conseguido proteger a espécie no Paraná de Parintins. Por isso o Acordo de Pesca, que já se mostrou eficiente em outros municípios, ganha caráter de urgência na região.
Próximos passos
Para a conclusão dos trabalhos, foram criados os comitês condutores responsáveis por dar prosseguimento na orientação e desenvolvimento das atividades. Os comitês têm a participação das demais entidades parceiras e dos representantes das comunidades envolvidas nos Acordos. O documento não apenas impõe regras para a captura de peixes, mas traz consigo um zoneamento e mapeamento das áreas escolhidas para a manutenção, preservação e pesca comercial, além de laudos específicos sobre as espécies da região.
“Tivemos a participação de quase 150 representantes de comunidades nessa fase de construção do Acordo de Pesca de Parintins. Para nós é fundamental a participação de moradores de todas as localidades serem alcançadas e protegidas pelo Acordo”, enfatiza Larissa.
O próximo encontro deve ocorrer no mês de agosto, quando o texto final deve ser aprovado em assembleia antes de ser formatado e enviado para homologação do Governo do Amazonas.
FOTOS: Divulgação/Idam
*Redação: blogjrnews.com