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Temos que acabar com o desperdício e pensar, de fato, nas questões que mudam a vida das pessoas, afirma André Zogahib em debate
Educação
Publicado em 21/03/2022

“Tabatinga tem uma biblioteca que funciona em uma sala de aula. Na Escola Normal Superior, três coordenações funcionando dentro de banheiros por falta de espaço físico. O curso de Engenharia Naval tem apenas 6 professores. Os laboratórios dos cursos de Engenharia Civil e de Química estão depauperados. Vamos discutir o orçamento da UEA de maneira séria, construir prédios próprios para reduzir o gasto enorme com aluguéis e investir nos servidores e alunos”, destacou o candidato a reitor. 

 

Na tarde de sábado (19/03), o candidato à Reitoria da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) pela Chapa 19, Prof. Dr. André Zogahib, expôs o plano de gestão participativa e de respeito, durante debate realizado no plenário Belarmino Lins, na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). O evento contou com a presença de apoiadores da Chapa 19. As eleições para a Reitoria da UEA acontecerão no próximo dia 23 de março, na capital e interior do estado.

 

Na apresentação, Zogahib fez questão de destacar a candidata à vice-reitora pela Chapa 19, a Prof.ª Dra. Kátia Couceiro, ressaltando a importância feminina em sua vida e também o valor que as mulheres terão em seu mandato à frente da UEA. Ao ser questionado sobre como poderia garantir a expansão da oferta de cursos nos municípios amazonenses, André Zogahib explicou que, hoje, antes de se pensar em criar um curso há uma necessidade grande de se estruturar aqueles já existentes. “Tabatinga, por exemplo, tem uma biblioteca que funciona em uma sala de aula por não haver espaço físico. Os cursos de Engenharia Civil e de Química na EST, por exemplo, estão com laboratórios extremamente depauperados, prejudicando o estudo e a pesquisa. Então, precisamos trabalhar essas questões para que o aluno tenha condições e se preocupe apenas em estudar”, disse.

 

O candidato a reitor pela Chapa 19 frisou que irá investir em um ensino de qualidade. Reforçou que novos cursos poderão ser abertos, mas de maneira estruturada, respeitando o orçamento da universidade e as necessidades locais. “Isso não pode ser feito de qualquer forma. E sim de maneira assertiva, respeitando as pessoas e o desejo dos cidadãos amazonenses que sonham entrar para a nossa universidade”.

 

O professor André Zogahib deu exemplos de cursos que funcionam atualmente na UEA com pouquíssima infraestrutura. Segundo ele, Engenharia Naval, criado há algum tempo, tem apenas seis professores concursados, que ministram praticamente todas as disciplinas do curso. “Isso não é salutar. Outro exemplo é o curso de Engenharia Civil, da UEA/Parintins, criado sem laboratório. Temos que pensar em estruturar os cursos já existentes para darmos maior qualidade de ensino ao aluno”, frisou.

 

Interior protagonista

Zogahib reforçou o compromisso que sua gestão terá com o interior do estado. Em suas viagens para conhecer a realidade de outros polos da UEA, o professor constatou que a sensação do povo interiorano é de abandono. “E este sentimento é generalizado. Precisamos rediscutir o financiamento da universidade de maneira séria para que não se dependa de diversas situações, inclusive de caráter macroeconômico, para fazermos nossos investimentos. E o interior deve ser o protagonista, precisa ser olhado com muito carinho e ter investimentos incisivos”.

 

Sobre políticas de extensão e assuntos comunitárias, Zogahib enfatizou o direito da comunidade acadêmica de contar com um bom Restaurante Universitário (RU), da Casa do Estudante oferecer maior número de vagas, abordou a ampliação da concessão dos auxílios e bolsas estudantis a todos, principalmente aos universitários indígenas e pessoas com deficiência (PCDs).

 

Aluguéis

Ao ser questionado sobre a manutenção dos aluguéis dos prédios da UEA tanto na capital quanto no interior,  Zogahib disse que, apesar de haver essa necessidade, isso não pode ser visto como a solução para todos os problemas. “É preciso trabalhar para que a universidade tenha seus próprios espaços. Na gestão da Chapa 19, faremos de tudo para construirmos nossa casa própria. A partir daí teremos custos muito menores. Trabalharemos para reduzir os gastos com aluguéis, que custam alguns milhões de reais por ano”.

 

André Zogahib exemplificou a situação lembrando da Escola de Artes e Turismo da UEA, que necessita de espaço para o desenvolvimento de suas atividades assim como a Escola Normal Superior que tem três coordenações funcionando dentro de banheiros por falta de espaço. “Existem alguns aluguéis que atendem projetos incidentais. Queremos, inclusive, equacionar essas situações para dar maior equidade na ocupação dos espaços da UEA, sejam eles alugados ou próprios”.

 

Carga horária

André Zogahib enfatizou a necessidade emergente de redistribuir o número de professores nas escolas. A realização de concursos permitirá corrigir distorções nos cursos que demonstrem essa deficiência. “Na impossibilidade de fazer concurso, que possamos fazer o processo seletivo simplificado e uma reposição imediata sem prejudicar o curso. Além disso, temos que garantir que o professor possa se ausentar para poder se qualificar. Sendo assim, colocaremos professores substitutos para fazer esse trabalho. Outro ponto da nossa gestão será repensar a carga horária desses docentes”, assegurou Zogahib.

 

Ao responder sobre o tema recursos humanos, nos quesitos ampliação e recuperação dos bons paradigmas salariais e os benefícios das carreiras como docentes e técnicos, o candidato rememorou legados e a retomada de uma gestão eficiente. “Temos que trabalhar dentro de um processo como foi feito na gestão do professor José Aldemir de Oliveira. Foi ele quem deu início à valorização dos servidores dessa universidade. Nessa gestão foi criado nosso plano de cargos e salários”, recordou.

 

De acordo com Zogahib, pensando em melhores condições salariais faz-se necessária a reestruturação das perspectivas da UEA, bem como a utilização do superávit e do orçamento da universidade, em sua integralidade, para pagar o que está atrasado, garantir que as promoções sejam feitas a tempo e a ordem, assim como o pagamento da data-base o que não acontece desde 2014.

 

“Além disso, precisamos repensar o número de vagas para diversos cargos, inclusive para os técnicos administrativos, e o pagamento de suas gratificações de cursos. Então, é imprescindível que o nosso plano de cargos e salários seja aplicado em sua integralidade. Para isso, temos que acabar com o desperdício e pensar, de fato, nas questões que mudam a vida das pessoas”, declarou Zogahib.

 

Segundo o candidato, é fundamental que a universidade seja pensada e tratada como um todo, de maneira integrada, discutindo as necessidades, verificando as reais necessidades das escolas em cada colegiado. “Assim seremos assertivos, inclusivos, respeitando as diversidades. Não iremos privilegiar cursos, pessoas e escolas. Vamos discutir com todos”, destacou.

 

Frisando sempre o slogan de campanha: “Gestão, participação e respeito”, o candidato a reitor deixou claro, mais uma vez, que o plano da Chapa 19 para comandar a UEA nos próximos quatro anos foi feito por várias mãos. “Ele foi construído por diversas pessoas da capital e do interior do Amazonas. Precisamos considerar as individualidades, singularidades, especificidades de cada pessoa, de cada região. E, assim, vamos avançar criando uma grande política de extensão e assuntos comunitários, para que sejamos cada vez mais inclusivos”, finalizou.

 

Foto: Divulgação

Fonte: Shirley Assis

*Redação: blogjrnews.com

 

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