O estudo de espécies frutíferas está sendo desenvolvido na região do Alto Solimões
Um estudo, apoiado pelo Governo do Estado, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), visa expandir o consumo de 15 espécies de frutas típicas da Amazônia, ainda pouco conhecidas pela população local, além de promover o conhecimento e a valorização da diversidade florística amazônica.
Trata-se do projeto “Desvendando a Amazônia: Estudos de espécies frutíferas pouco conhecidas para a condução da sustentabilidade socioambiental na Região do Alto Solimões do Amazonas”, uma das pesquisas do Programa de Apoio à Interiorização em Pesquisa e Inovação Tecnológica no Amazonas (Painter).
A pesquisa, em andamento, iniciou em fevereiro de 2021 e está sendo realizada no município de Tabatinga (distante 1.108 quilômetros de Manaus), por pesquisadores do Instituto Federal do Amazonas (Ifam), sob a coordenação da doutora em Engenharia Florestal Railma Moraes.
De acordo com a pesquisadora, pata-de-jabuti, macambinho, apuruí, cupuí, umari, bacuri coroa e bacurizinho são alguns dos frutos que apresentaram maior potencial para amplo consumo da população amazônida. Os produtos foram coletados após doação de agricultores locais, além de ter sido feito o levantamento de espécies comercializadas em feiras de Tabatinga e Benjamin Constant.
“Com este trabalho está sendo possível realizar a coleta dos produtos e assim se deu início à fase de testes germinativos em laboratório e em viveiro, por meio de diferentes análises, tais como: morfometria de frutos e sementes; grau de umidade inicial e o grau crítico de umidade; germinação em diferentes condições ambientais e armazenamento”, relatou.
Os dados estão sendo registrados pelos pesquisadores, bem como a análise dos tipos de terrenos mais adequados e condições ideais para a conservação dos frutos. De acordo com a pesquisadora, após a fase de testes, as mudas foram transplantadas para sacos e estão sendo mantidas em viveiros até que atinjam porte para o plantio e doação aos agricultores.
Origem do projeto – A ideia da pesquisa ocorreu após conversas com alunos, sobre o potencial da diversidade frutífera na região amazônica e a falta de conhecimento em relação à biodiversidade regional.
Railma Moraes enfatiza, ainda, que não seria possível iniciar a pesquisa sem o incentivo da Fapeam, e destaca o suporte oferecido por meio da Fundação.
“Com o recurso foi possível adquirir insumos e equipamentos que possibilitaram a realização dos testes de germinação, que serão apresentados como resultados deste projeto, assim como será possível conduzir estudos com outras espécies e estabelecer parcerias com outras instituições, mesmo após o término do projeto. Não posso esquecer de ressaltar a importância da Fapeam, na contratação de um bolsista graduado para auxiliar na condução do estudo”, finalizou.
Sobre o Painter – A ação inédita, criada pelo Governo do Amazonas em 2021, por meio da Fapeam, fomenta a interiorização de atividades de pesquisa aplicada e inovação tecnológica, especialmente a bioeconomia, para o desenvolvimento econômico, social e ambiental do Estado.
O Programa, bem-sucedido, tem uma nova edição em 2022, o Painter+, que recebe a partir do dia 21 de março propostas de pesquisadores do interior do Amazonas. Podem participar cientistas com título de mestre ou doutor, vinculados a instituições de ensino e pesquisa, sem fins lucrativos, com sede ou unidade permanente no interior do Amazonas.
Todos os critérios para participar da chamada pública estão especificados no edital: http://www.fapeam.am.gov.br/editais/edital-n-o-0062022-programa-de-apoio-a-interiorizacao-em-pesquisa-e-inovacao-tecnologica-no-amazonas-painter/.
FOTOS: Acervo da pesquisadora Railma Moraes
*Redação: blogjrnews.com