As cestas básicas com itens de necessidade imediata e os materiais destinados à terapia ocupacional beneficiarão diretamente, aproximadamente, 200 pessoas. Hoje, a Amua conta com 60 famílias associadas. A presidente fundadora da associação social, Núbia Brasil, de 43 anos, revela que o trabalho vai muito além das famílias associadas.
“A gente consegue atingir um número muito maior de pessoas na sociedade, pois trabalhamos com atendimento jurídico e a prestação de informações, por meio de eventos e palestras, para que essas pessoas com TEA ou TDAH possam ser acolhidas. Além disso, a gente busca orientar e também trocar experiências com essas famílias”, ressalta Núbia Brasil.
Hoje, as famílias associadas à Amua pagam uma taxa para usufruir dos serviços. O atendimento é diário e dividido em dois turnos, sendo 20 atendimentos pela manhã e 40 pela tarde, esse último período com consultas e avaliações de profissionais das áreas de psicologia e fonoaudiologia. Os recursos mantenedores são reunidos de mensalidades dos associados, rifas e bazar.
Entre os itens entregues pela AAMP à Amua está uma máquina de lavar roupas, que será sorteada em uma rifa beneficente para angariar fundos para investimentos no desenvolvimento das crianças.
A cabeleireira Lena Ribeiro, de 42 anos, explica que na Amua encontrou amparo tanto para si quanto para o filho, uma criança de quatro anos com diagnóstico de TEA.
“Cheguei na associação no fundo do poço, com depressão pós-diagnóstico do meu filho porque não existe uma mãe que se prepare para isso. Na associação, encontrei todo o apoio que precisava. Meu filho é bem assistido com psicólogos e fonoaudiólogos e vi que não formei apenas amizades, mas também uma nova família. Hoje, a Amua só cresce e, com esse apoio das doações da Associação Amazonense do Ministério Público, agora começa a desenvolver um trabalho mais intensivo com foco na melhoria do desenvolvimento dos nossos filhos”, avalia a cabeleireira.
O reinício em Manaus
A técnica em enfermagem, Neila Santos, de 46 anos, deixou tudo para trás em Belém, no Pará, em busca de melhorias em Manaus para o filho de nove anos. A criança foi diagnosticada com TDAH aos sete anos. Os dois são naturais da capital amazonense, porém acabaram morando por um tempo no estado vizinho onde o pai da criança e ex-marido morava.
Ela conta que, por atuar como profissional da área de saúde, identificou que o filho poderia precisar de ajuda especializada, mas não recebeu apoio do ex-marido, da família e nem dos médicos de Belém.
“Todos diziam que não havia nada de diferente no meu filho. Quando ele nasceu, ele tinha convulções, e isso já despertou a minha atenção. Até os dois anos, ele tomou medicações para tratar essas convulções, mas depois desse período o pai, juntamente com a família dele, me obrigou a retirar essas medicações – e que eu teria que que seguir com minha vida e a criação dele. Foi o que eu fiz”, lembra a técnica em enfermagem.
No entanto, Neila conta que com o passar dos anos o comportamento do filho piorou. “Ele não falava, e eu o levava para consultas com a fonoaudióloga e ela disse que ele não tinha nada, era normal, e que na verdade eu precisava ter pulso forte. Mas eu sabia que não era só ter pulso forte. Ele só conseguiu falar com sete anos, pois antes ele só babuciava e não dava para entender nada”, explica a manauense.
A mãe revela que esse ano separou-se do pai de seu filho e voltou para Manaus, sua terra natal, em busca de um reinício. “Ele treina jui-jítsu, e foi justavamente durante as aulas que eu tive contato com outras mães que fazem parte da Amua. Fiquei sabendo do projeto, das ações desenvolvidas e busquei assistência. Hoje, meu filho tem acompanhamento semanal com profissional de fonoaudiologia e psicologia e o quadro dele evoluiu bastante.
Foto: Divulgação
Fonte: Bruna Souza
*Redação: blogjrnews.com